Rodrigo Dinamite teria tudo para seguir carreira no Vasco da Gama. Com o pai presidente, a chance de ganhar espaço não demoraria a vir. Mas não foi assim que ocorreu. Encostado no "time B", procurou seguir seu rumo. E foi parar no Oeste, que disputa a Série B do Brasileiro.
A equipe do interior paulista, porém, não contratou o jovem meia, de 21 anos, apenas para explorá-lo como ferramenta de marketing, por ser filho de um dos maiores jogadores do futebol brasileiro. De acordo com Mauro Guerra, presidente do Oeste, Rodrigo tem é que jogar bola.
"Ajuda (no marketing), mas queremos que ele jogue bola. Não queremos só mídia. Queremos futebol. Está incorporado ao grupo profissional, está trabalhando fisicamente e vamos tocar pra frente. Se der conta do recado, fica para o futuro. Damos a chance como para vários outros atletas", afirmou o dirigente.
Ciente de que terá de mostrar futebol para permanecer em Itápolis, Rodrigo parece disposto a afastar do rótulo de 'filho de Roberto Dinamite'. Quer seguir a carreira com "suas próprias pernas" e assume a responsabilidade de se destacar dentro de campo.
"Quero trilhar meu caminho sozinho. Estou emprestado, quero jogar. Meu pai jogou e fez o dele. Agora é minha vez, tenho que fazer minha parte. Existe a pressão, mas estou muito feliz pela oportunidade que o Oeste está me dando. Quero aproveitar da melhor maneira possível", declarou.
Quando era mais novo, Rodrigo Dinamite chegou a ouvir, dentro de campo, que só estava no Vasco por conta do pai. Segundo ele, essa situação o atrapalhou em alguns momentos, mas com o decorrer do tempo foi superada. Na equipe carioca, vinha sem espaço. No começo do ano foi emprestado ao Duque de Caxias, retornou e ficou encostado na equipe B, até despertar o interesse do Oeste.
"Acompanhamos pouco ele, na verdade. O interesse surgiu em uma conversa com o Roberto, e temos alguns amigos no Vasco. Estávamos procurando jogadores para a reta final da Série B e surgiu esse nome. Entendemos que vale a pena a aposta, é um garoto novo e temos que dar tempo ao tempo. Quem sabe não estoura como Neymar, Lucas...", contou o presidente do Oeste.
Embora tenha deixado o Vasco no passado, Rodrigo deseja voltar um dia para seguir a história que o pai conseguiu - é o maior artilheiro da história do clube, com 705 gols em 1110 jogos disputados.
"Eu estou no Vasco desde pequeno, então sempre passa pela cabeça fazer história com aquela camisa. Infelizmente, não é agora que isso vai acontecer. Vamos ver se no ano que vem, de repente me chamam de volta. É um sonho", disse o jogador.
Fonte: UOL