Pouco depois de perder o volante Danilo, vendido a grupo de investidores portugueses para quitar obrigações salariais de agosto, efetuadas na sexta-feira passada, o Vasco se mobiliza para evitar a perda do meia Índio, uma das promessas da geração 1996. Campeão estadual infantil em 2011 no time que tinha cinco jogadores da seleção brasileira campeã sul-americana no mesmo ano, o habilidoso meia vascaíno, de apenas 17 anos, entrou com ação na Justiça do Trabalho para pedir rescisão indireta de vínculo contratual com o clube de São Januário. Na ação, os advogados do atleta alegavam atraso salarial e outras dívidas, como das luvas do contrato assinado em maio de 2012, o primeiro vínculo profissional do garoto com o Vasco. O clube apresentou contra-cheques, negando que o atraso salarial ou recolhimento de FGTS justificasse a rescisão indireta, pois era inferior a três meses, e renegocia o pagamento da dívida ao garoto junto ao grupo Sonda, que detém 20% dos direitos econômicos do atleta revelado em São Januário.
Tratado como jóia desde as categorias inferiores de São Januário, Índio, que já passou uma semana treinando na Inglaterra, no Arsenal, está na seleção brasileira sub-17 que vai disputar o mundial nos Emirados Arábes nas próximas semanas. Ele era um dos principais destaques da geração que tinha Mosquito, que se transferiu para o Atlético-PR após longo imbróglio com o Vasco; Foguete, que rescindiu por atraso salarial e foi para o São Paulo; Danilo, vendido a um grupo de investidores portugueses por 4,5 milhões de euros; e Baiano, que já fez uma partida pelo elenco profissional. Recentemente, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, o vice-presidente geral e de comunicações Antônio Peralta disse que espera contar com Índio nos profissionais em pouco tempo e que não esperava uma transferência do garoto, tal qual aconteceu recentemente com Danilo.
O diretor geral do Vasco, Cristiano Koehler, afirma que o assunto está sendo negociado entre o clube e os representantes do jogador. A ansiedade para chegar aos profissionais gerava também insatisfação da parte do garoto. O objetivo da comissão técnica é preparar Índio para os profissionais para 2014. Neste momento, a diretoria compõe com o pai do atleta e o grupo Sonda uma forma de pagar a dívida, que deve ser renegociada em até 10 parcelas.
- Não vai haver problema algum. Índio é um garoto de muito talento, já conversamos com o pai do garoto e no fim do ano a comissão técnica vai avaliar a utilização do jogador nos profissionais. Também não adiantaria levar o jogador para os profissionais se ele não tivesse chance de mostrar seu futebol. Eles entenderam isso - disse o diretor geral vascaíno, que participa diretamente das tratativas com o pai do jogador e que acredita que a ação logo será retirada pelos representantes de Índio.
Índio fez seu primeiro contrato profissional com o Vasco no dia 22 de maio do ano passado. Ele assinou até maio de 2015, com parte dos direitos econômicos sendo divididos entre o jogador (20%) e o Grupo Sonda (20%). Um dos grandes investidores do futebol brasileiro, o Sonda tem participação nos direitos do atacante André, emprestado ao Vasco pelo Atlético-MG. No início do ano, os investidores também compraram de outro grupo de investidores a parcela do zagueiro Dedé, que ficou até maio em São Januário, depois sendo vendido para o Cruzeiro.
Fonte: GloboEsporte.com