Representantes das divisões de bases de grande parte dos principais clubes do Brasil e da Associação Brasileira de Executivos de Futebol (ABEX) se reuniram nesta segunda-feira na sede do Botafogo, no Rio de Janeiro. Em pauta, a decisão de oficializar o boicote ou não à Copa São Paulo de Juniores, em janeiro, em razão de possíveis aliciamentos do São Paulo a jovens promessas de outros clubes. A decisão, no entanto, ainda depende de nova conversa na tarde desta segunda-feira.
Durante o encontro de mais de três horas no Rio estiveram presentes representantes de Atlético Mineiro, Ponte Preta, Vitória, Palmeiras, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, entre outros. Ainda nesta tarde, enviados de Atlético Mineiro, Vitória e Fluminense, em nome do grupo reunido no Rio de Janeiro, terão um encontro com dirigentes do São Paulo e da Federação de Futebol Paulista, em São Paulo. A tendência é de que, caso o São Paulo não aceite se adequar a práticas consideradas éticas, os clubes anunciem em comum acordo que não irão disputar a Copinha em janeiro de 2014.
"Há um código de ética que não permite aliciamento ou trazer jogador por meio de agentes sem contato de clube para clube. Infelizmente o São Paulo não vem cumprindo isso. Na época em que estive no Vasco frisei que não era ilegal, mas também não era ético", disse René Simões, uma das lideranças da reunião e integrante da ABEX.
A última grande queixa se deveu uma reclamação da Ponte Preta de que o São Paulo teria aliciado o goleiro Lucão, convocado pelo técnico Alexandre Gallo para a seleção brasileira sub-17. Depois do imbróglio, Lucão foi cortado do grupo que disputa o Mundial da categoria em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
Outro fato que tem irritado os outros clubes são os seguidos períodos de treinamento das seleções de base no CT de Cotia, da base do São Paulo. A convivência com a estrutura são-paulina e o doce canto dos dirigentes tricolores são considerados nocivos para as relações entre os clubes formadores. Em sua defesa, o São Paulo alegou que é procurado por agentes e familiares de jogadores em busca da estrutura oferecida. René Simões rebate a tese.
"É sempre o mesmo clube. Se o negócio é ser Madre Teresa de Calcutá, que leve todos os atletas. Por quê são só os de seleção? O São Paulo tem de voltar a ser formador e não aproveitador", disparou René Simões.
O dirigente, inclusive, chegou a dirigir as categorias de base do São Paulo por quase 11 meses em 2012. Em 2012, as contratações do atacante Mosquito e do lateral-direito Foguete, ambos do Vasco, pelo São Paulo também renderam polêmica. O primeiro chegou a ir para o CT de Cotia, mas após uma ligação do presidente vascaíno, Roberto Dinamite, o negócio foi desfeito. Já em relação a Foguete, o Vasco teria débitos com o atleta, que acabou liberado e acertou com o clube paulista.
Fonte: ESPN.com.br