Talvez se Fillipe Soutto e Pedro Ken soubessem antes o que viveriam seus clubes de origem em 2013, eles poderiam ficar em dúvida sobre a opção de enfrentar o desafio de reerguer um gigante com sérias dificuldades financeiras. Mas, apesar do título da Libertadores do Atlético-MG e da campanha histórica do Cruzeiro no Brasileiro, do qual é líder absoluto, os jovens também souberam, emprestados pelo Galo e pela Raposa, respectivamente, superar momentos difíceis e conseguiram voltar a se destacar em São Januário. Titulares como dupla de volantes no início do Carioca, os dois voltaram a atuar lado a lado na proteção à zaga e mostrando qualidade na saída de bola nas últimas três partidas.
Apesar de não terem feito muitos jogos juntos na temporada – foram 11 partidas, com cinco vitórias, três empates e três derrotas nas três competições deste ano (Brasileiro, Carioca e Copa do Brasil -, Soutto e Ken mostram entrosamento e melhor performance nessa dobradinha no meio de campo. Sem Sandro Silva, que já voltou ao banco de reservas e entrou no último jogo, e Guiñazu, foi na rearrumação do meio com os dois volantes que Dorival considera ter encontrado equilíbrio entre ataque e defesa no setor. Para Soutto, não houve surpresa.
- A parceria com o Pedro Ken não é uma novidade. Tivemos uma boa sequência no início do Campeonato Carioca, mas a opção do treinador (Gaúcho) impediu que permanecêssemos juntos por um tempo maior – diz Soutto, que à época, após duas derrotas consecutivas – uma para o Flamengo, outra para o Bangu, ambas na Taça Guanabara, acabou sacrificado da equipe e amargando a reserva até a chegada de Paulo Autuori.
O volante canhoto, revelado pelo Galo, amigo de Bernard e destaque da base do Atlético-MG como o atacante vendido para o futebol da Ucrânia, chegou a ficar quase dois meses sem atuar, entre a última partida da Taça Guanabara e o segundo turno, já com Autuori, que se despediu do Vasco no meio do ano. Em 2013, Soutto 20 partidas oficiais, foi titular em 16 delas e substituído em sete. Com Dorival, é uma espécie de quinto titular do meio de campo.
Aos 26 anos, Ken viveu outra trajetória. Mesmo quando foi questionado pelos torcedores e foi para o banco por poucas partidas com Dorival, o meia, revelado pelo Coritiba, tem maior regularidade na temporada. Ele foi quem mais jogou pelo Vasco este ano, com 40 jogos oficiais, 36 deles como titular, apenas sete vezes substituído e com três gols marcados. Soutto vê no jogador emprestado pelo Cruzeiro um futebol complementar ao seu no setor.
- Felizmente voltamos a ter a oportunidade de atuar lado a lado, o que facilita o jogo de ambos. O fato de conversarmos bastante nos auxilia no posicionamento – lembra o meia de 22 anos, que faz questão de reforçar ainda a determinação de todo o grupo numa sonhada sequência positiva do Vasco. - A entrega de todos sem a posse da bola e a disposicão para vencer são fundamentais para a marcação se encaixar e o Vasco fazer bons jogos.