Fellipe Bastos deixou o Vasco para defender a Ponte Preta por empréstimo. A faixa diagonal na camisa permaneceu. Ele se manteve igualmente numa luta desesperada contra o rebaixamento. Mas, em Campinas, o volante encontrou alguns elementos que lhe faltavam em São Januário em 2013: sequência, regularidade e confiança. A força de seus chutes vem ajudando a Macaca a sonhar com a permanência na Série A, e, com isso, o jogador vem recuperando parte do prestígio perdido em seu clube de origem.
Até chegar à Ponte Preta, Fellipe Bastos vivia uma temporada de altos e baixos do ponto de vista emocional. Começou a pré-temporada como titular do Vasco, mas, pouco antes do início das competições, foi tirado do time. Estava acertada sua transferência para o Internacional - maneira que a diretoria cruz-maltina encontrou de fazer dinheiro e amenizar a crise financeira. Mas parte dos direitos econômicos do jogador está penhorada por causa de uma dívida do Vasco com Romário, o que impediu o fechamento da negociação.
Com isso, Fellipe Bastos perdeu espaço nas escolhas do então técnico do Vasco, Gaúcho. Voltou a ter algumas chances como titular com Paulo Autuori, mas foi novamente preterido com a chegada de Dorival Júnior. De janeiro até o fim de agosto, quando deixou São Januário, o volante disputou apenas 17 das 38 partidas da equipe na temporada. Dessas, foi titular somente em dez. Era a hora de mudar de ares.
- Eu queria era poder mostrar o futebol que me credenciou a ir para o Vasco. Estava meio esquecido lá. Acabei ficando para trás na pré-temporada por causa daquela negociação com o Inter. Era uma negociação sacramentada entre os clubes, e entre o clube e o jogador. Mas não aconteceu por causa da penhora do Romário. Quando decidiram que eu ficaria, já tinha passado quase todo o primeiro turno do Carioca. O Gaúcho optou por outros jogadores, e, quando o Paulo Autuori me colocou como titular, já estava no fim da Taça Rio. Como eu não vinha jogando com o Dorival, achamos por bem que eu saísse para poder jogar em outro clube, pois seria importante. Está sendo - frisou.
Na Ponte Preta, não demorou muito para Fellipe Bastos tornar-se um dos principais nomes da equipe que passou a mostrar forças para reagir no Brasileiro e que chegou pela primeira vez à fase internacional da Copa Sul-Americana. Sob o comando do técnico Jorginho, o volante pôde finalmente ter uma sequência e, principalmente, confiança para fazer uso de suas principais características.
- A confiança faz o jogador ultrapassar barreiras. Aqui na Ponte eu tenho essa confiança e venho conseguindo mostrar coisas que antes não podia porque não estava jogando. No Vasco, por exemplo, há grandes cobradores de falta, então não treinava muito. Agora pratico mais, e os chutes de fora da área estão melhores. Apesar da situação complicada do time no Brasileiro, tenho a certeza de que vir foi importantíssimo para a minha carreira.
A realidade de Fellipe Bastos é a Ponte Preta, mas o futuro é o Vasco. Emprestado à Macaca até o fim de 2013, o volante tem contrato com o clube cruz-maltino até junho de 2017. A tendência é, portanto, o retorno a São Januário na próxima temporada, mas o jogador prefere ainda não se antecipar.
- Com certeza voltaria mais calejado e preparado para enfrentar as cobranças. Venho passando por um momento que não é fácil e, assim, tenho crescido como jogador e como homem. Mas ainda vamos resolver o que vai acontecer - disse.
Embora empenhado em ajudar a Ponte Preta a evitar o rebaixamento, Fellipe Bastos admite que suas atenções também estão voltadas para o Vasco, clube ao qual chegou em 2010 e pelo qual nutre carinho. Enquanto faz sua parte dentro de campo pela Macaca, fica na torcida pelos amigos que têm a mesma missão no Rio de Janeiro.
- Saí do Vasco, mas ficaram os amigos e o carinho pelo clube. Espero que nenhum dos dois caia. Mesmo em pouco tempo, já me sinto muito bem na Ponte, que me recebeu muito bem e me passou a confiança que eu precisava.