Uma história de dar inveja a qualquer clube do Brasil e orgulho aos vascaínos. Mas as lembranças do Parque Aquático de São Januário ficaram no passado, porque o presente é assustador.
Por lá, nadaram nomes como dos brasileiros Gustavo Borges, Edvaldo Valério e Carlos Jayme, além da holandesa Inge de Bruijn e da ucraniana Yana Klochkova. Todos medalhistas na Olimpíada de Sydney e que, à época, representavam o clube. Mas hoje são os mosquitos – quem sabe da dengue? – que lá nadam e se proliferam, há oito meses, desde que o Parque Aquático foi desativado, por causa de infiltrações.
Aliás, em 2012, a doença matou 283 pessoas (com 3.965 casos graves notificados no país), sendo 40 no Estado do Rio (885 casos graves), segundo dados do Ministério da Saúde.
Em vez de providenciar o conserto ou, ao menos, mantê-las bem limpas, a atual diretoria do clube, comandada pelo também deputado estadual Roberto Dinamite (PMDB), fez o contrário. Abandonou as instalações e colocou apenas tapumes, permitindo uma possível proliferação de mosquitos, conforme fotos feitas pelo LANCE! em maio e na última quinta-feira.
Situação que impõe medo a quem frequenta e trabalha no clube, além de moradores e alunos de escolas próximas. Para assustar ainda mais, dentro da Colina funciona o Colégio Vasco da Gama, que fica a menos de cem metros do Parque Aquático. Assim como as quadras, que servem para a prática de escolinhas de futsal e vôlei, com dezenas de crianças.
Durante um tempo, as piscinas serviram para acumular água da chuva e irrigar o campo. Mas nem para isso servem mais. Acúmulo de sujeira, lodo e a falta de manutenção e de limpeza precisas impedem que a diretoria faça do local, ao menos, um projeto de sustentabilidade.
Talvez nem clamando a Nossa Senhora das Vitórias, padroeira do clube, seja possível salvar a situação. Só mesmo Dinamite e a diretoria são capazes de evitar um caos maior. Caos este que, se não tiver uma rápida solução, pode se transformar numa explosão de mosquitos da dengue.
DIRETORIA BATE CABEÇA
Apesar do tamanho do problema ser grande, a diretoria do clube cruz-maltino bate cabeça sobre o futuro do Parque Aquático. A reportagem do LANCE! entrou em contato com Manuel Santos, vice-presidente de engenharia do clube, para saber se está sendo feito algum tipo de reparo no local e teve uma resposta negativa.
– No momento, nenhuma reforma está sendo feita no Parque. Estamos aguardando que a diretoria nos passe o que é para ser feito – destacou Manuel.
Já o vice-presidente de desportos aquáticos do Vasco, Salvador Perrella, que não respondeu as perguntas enviadas por e-mail pela reportagem, limitou-se a dizer que “nesse momento, a recuperação do Parque Aquático não está parada”.
PERGUNTAS QUE NÃO FORAM RESPONDIDAS
A Prefeitura do Rio ofereceu ajuda com a reforma do Parque?
Quando houve a interdição, o que aconteceu com os atletas e funcionários que trabalhavam lá?
Quais são os planos do Vasco para a natação, que sempre foi uma modalidade forte no clube?