Enquanto a equipe de Dorival Júnior tropeça rodada após rodada no Campeonato Brasileiro — caiu para a 17a posição, a primeira dentro da zona de rebaixamento —, as embarcações vascaínas deslizaram com desenvoltura na Lagoa Rodrigo de Freitas e deram um mínimo de alento aos torcedores no domingo ensolarado. O clube conquistou ontem a 37a Regata a Remo Escola Naval, que contou com a participação de Botafogo, Flamengo e equipes de centros de formação da Marinha.
O Vasco venceu três das 15 regatas e marcou 50 pontos, seis a mais que Escola Naval e Botafogo. A competição aliou provas presentes no programa olímpico, como o four skiff, double skiff e oito com timoneiro, a outras tradicionais na Marinha, como as provas de Escaler. Ao final, o grito de "Casaca" serviu como uma indicação de que o trabalho de renovação iniciado no remo do Vasco — que sofreu nos últimos anos com a saída de atletas de peso, como Fabiana Beltrame — pode estar no caminho certo.
— Outros clubes investiram muito, e o Vasco ficou para trás. É hora de olhar para a base e criar um trabalho de médio a longo prazo. Estou feliz com o resultado, mas espero ainda mais — disse o treinador da equipe, Marcelo Santos.
Remanescente de uma época vitoriosa do Vasco nas águas, Oswaldo Kuster, o Vavau, participou ontem do double skiff master e chegou ao lugar mais alto do pódio. Medalhista de bronze no Pan-Americano de Santo Domingo-2003, ele acredita que o título de ontem pode servir de estímulo para os atletas vascaínos.
— É uma fase de transição, e essa vitória dá ânimo. Temos jovens promissores — desta- cou Vavau, confiante.
Outro destaque do evento foi a prova de double skiff que reuniu representantes das es- colas navais de Brasil, Argentina, Equador, Peru, Uruguai, Chile e Bolívia. A vitória ficou com a dupla brasileira, formada por Pedro Maffei e Rafael Gribel. Os brasileiros largaram na frente, mas logo passaram a ser acompanhados de perto pelos chilenos.
— Nossa largada foi forte e, depois, começamos a administrar. Quando vimos o barco do Chile diminuindo a distância, aumentamos o ritmo, para fazer uma chegada bonita — contou Maffei.
Sem contar pontos para o Estadual de Remo, a regata promovida pela Escola Naval é, de acordo com a organização, uma forma de promover a reunião entre as marinhas de vários países.
— É um evento esportivo de integração internacional dos clubes de remo. No Rio, temos uma vantagem enorme, que é a moldura. Foi uma manhã de domingo perfeita — exaltou o almirante Elis Oberg, diretor-geral do Pessoal da Marinha.
Fonte: O Globo