O desempenho de Montoya em campo era cercado de expectativa desde antes de sua chegada em São Januário. Os vídeos na internet, as últimas partidas do jogador pelo All Boys no Campeonato Argentino, além do investimento do Vasco de R$ 3 milhões, trouxeram junto a empolgação do torcedor para ver a promessa colombiana de 21 anos em ação. Mas, até agora, em seis jogos - só dois deles como titular -, o meia-atacante ainda está longe de encaixar seu melhor rendimento. Com dificuldade para dar sequência nos lances, o camisa 20 não desencantou e permanece no banco. Nada, porém, que preocupe Dorival Júnior.
O treinador pediu mais tempo para o pupilo se adaptar com calma ao futebol brasileiro e ao clube, ao qual chegou em junho. Ele lembrou até de um jogador que teve dificuldades semelhantes no Vasco, em 2007, e que depois virou um dos principais nomes no país.
- Acho que criaram uma situação anterior à sua estreia que trouxe expectativa muito grande em cima dele. Mas tem que ir acontecendo com calma. Ele está em outro país, se encontrando num time, conhecendo uma nova situação, em outra cidade e não teve ainda um período de adaptação. É só lembrar do Conca, que teve adversidades no início, mas depois deslanchou - disse o treinador, citando o argentino que teve boa passagem pelo time cruz-maltino, mas se consagrou mesmo pelo Fluminense, como grande destaque do título Brasileiro de 2010.
Números de Montoya no Campeonato Brasileiro:
3 finalizações (duas para fora)
14 passes errados
4 faltas sofridas
3 faltas cometidas
1 roubada de bola
0 assistência
0 gol
145 minutos em campo
Média no Armandão: 5,37
Jogadas de pura habilidade e participações de destaque na maioria dos treinamentos contribuíram para que Montoya virasse um xodó dos torcedores. Mas quando a bola rolou nas partidas oficiais, o nível de exigência aumentou e a situação mudou.
De fato, os números do colombiano comprovam que ele está abaixo dos companheiros de posição. Pelo Campeonato Brasileiro, atuou por 145 minutos, com apenas três finalizações a gol - sendo duas delas para fora justamente contra o Santos, em sua participativa estreia. Foram três faltas cometidas, quatro sofridas, 14 passes errados (um a cada dez minutos), apenas uma roubada de bola, nenhuma assistência e também nenhum gol. Marlone, que lhe tomou a vaga, tem 13 chutes e dois gols na competição, por exemplo, em período semelhante.
A média de notas do meia-atacante gringo no Troféu Armando Nogueira é 5,37. Juninho, que joga um pouco mais recuado, lidera a parcial no setor e no geral, com 7,06 na avaliação. Pedro Ken é quem tem notas e estatísticas mais tímidas e vem caindo de rendimento. Mas o esquema experimentado nas duas últimas rodadas, com Marlone e Willie na frente, têm tirado ainda mais o espaço para Montoya se firmar. Ele deve ficar na reserva da equipe novamente contra a Portuguesa, às 21h50m de quarta-feira, no Canindé.
Pela Copa do Brasil, o colombiano entrou nas duas partidas das oitavas de final, nas vitórias sobre o Nacional-AM, mas também esteve longe de brilhar. Foi titular na Colina e o máximo que conseguiu foi um drible na ponta esquerda seguido de bom passe para Tenorio desperdiçar chance. Acabou substituído por Dakson e viu o concorrente marcar um gol decisivo.
O camisa 20 vascaíno entrou após a metade do segundo tempo no empate com o Atlético-PR, neste domingo. Ele tentou criar jogadas, não se omitiu de novo, mas errou três passes quase consecutivos. Dorival reforçou o pedido de compreensão à torcida com Montoya, no qual ele confia que vai crescer a médio prazo, antes que seja tarde demais.
- Vejo uma falta de paciência muito grande no futebol, com jovens, como ele. Aí depois o jogador "atravessa a rua" (para outro clube) e consegue outra condição, cresce a arrebenta. Tem que ter mais calma, porque, com certeza, é normal ele demorar a encontrar seu melhor futebol - afirmou o treinador.
Fonte: GloboEsporte.com