O jogo em São Januário foi daqueles que merecia gols. Mesmo longe de apresentar um primor técnico, Vasco e Atlético-PR criaram muito, protagonizaram um duelo franco e equilibrado, mas não saíram do 0 a 0 na noite deste domingo. A escrita de o Furacão jamais ter vencido o rival no Rio de Janeiro se manteve com o placar em branco, mas ambos não subiram na tabela do Campeonato Brasileiro e saíram com gostinho de frustração.
Enquanto o Furacão perdeu duas posições (para Botafogo e Grêmio) e fechou o turno em quarto, com 34 pontos, o clube cruz-maltino manteve o décimo lugar, com 24. A sequência invencível do Rubro-Negro, porém, cresceu para 12 confrontos. Desde 14 de julho, contra o Coritiba, o time comandado por Vagner Mancini não sabe o que perder na competição.
A nota triste do duelo foi o corte profundo na testa que fez Luiz Alberto sair do estádio de ambulância. A preocupação foi grande, mas o zagueiro passa bem. Depois de ter vencido o Náutico por 3 a 0, na quinta-feira, a torcida reacendeu a esperança e compareceu em número razoável à Colina: 8.687 pagantes (11.832 presentes), para renda de R$ 206.695,00. Os números do Vasco como mandante são ruins: três triunfos em dez partidas.
Em análise profunda, Juninho não reprovou o desempenho, mas levantou a discussão sobre a maratona que se transforma o calendário do futebol nacional neste época.
- Não acho que o Vasco ficou devendo. Jogou um bom primeiro tempo e não conseguiu manter o nível no segundo. Com uma semana de viagens, chegando a noite de sexta de volta para jogar no domingo... O futebol brasileiro é esse. Enquanto não se conscientizarem de que o preparo é importante, vamos ver duas equipes se arrastando em campo. É difícil independentemente da idade - criticou o meia.
Já o volante Bruno Silva se mostrou contente com o ponto conquistado, apesar da queda.
- Valeu pelo empate, pois foi um jogo difícil é uma equipe complicada jogando em casa. Um resultado de empate aqui está de bom tamanho.
Agora, o adversário é a Portuguesa, quarta-feira, às 21h50m, no Canindé. Para o Atlético-PR, o compromisso é contra o Fluminense, às 19h30m do mesmo dia, em Curitiba.
O JOGO
Não deu para reclamar da falta de chances no primeiro tempo. A partida foi bastante animada desde os minutos iniciais, com equilíbrio em vários quesitos. O Furacão abriu os trabalhos, duas vezes com Marcelo - em uma delas o atacante cabeceou para fora após rebatida errada de Baiano. Aos cinco, Juninho furou na entrada da pequena área e desperdiçou. A bola aérea foi a principal arma das equipes, com os ataques levando vantagem sobre as defesas.
Mas nada de a rede balançar. André, Marlone, Everton... todos chegaram perto e falharam ou deram azar na conclusão. Foram oito tentativas cruz-maltinas contra cinco dos paranaenses. Em meio à correria, um momento de preocupação: Luiz Alberto teve um corte profundo na testa, chegou a ficar desacordado e foi levado para um hospital. Ele passa bem. Na reta final, o Vasco passou a dominar. Faltava calma, porém. E também controlar a aparente ansiedade.
O técnico Dorival Júnior voltou do intervalo com Dakson no lugar de Pedro Ken, que, apagado mais uma vez, destoava do bom nível do mandante frente ao vice-líder da competição. De cara, a mudança indicou efeito prático, com claro domínio. A retaguarda rubro-negra, no entanto, se tornou instransponível, fosse pelo alto ou fosse nas eventuais penetrações. Era nítida a dificuldade dos cariocas se entrosarem na chegada pelo meio.
Aos poucos, o Vasco cansou um pouco e passou a errar mais passes. Deixou assim o Atlético-PR crescer novamente. Só Marlone, com chutes perigosos, é que ofereceu uma sobrevida. Mancini observou a queda e colocou mais um atacante: Dellatorre, na vaga do veterano Paulo Baier. Do outro lado. Montoya assumia a vaga de Willie, que já não levava vantagem na velocidade, e Tenorio, a de André, bem longe de viver uma noite de brilho.
Depois de longos minutos de monotonia e conformismo com o resultado, Marcelo, em bola isolada, jogou fora a melhor oportunidade do duelo. Cara a cara com Diogo Silva, tocou para fora ao aproveitar lançamento de seu campo e cochilo de Cris e Jomar. Nos acréscimos, o Cruz-Maltino forçou uma pressão, mas, desordenado, sequer conseguiu bater a gol.
GALERIA
FICHA TÉCNICA
VASCO 0 X 0 ATLÉTICO-PR
Local: São Januário (RJ)
Data-Hora: 8/9/2013 – 18h30 (de Brasília)
Árbitro: Pedro Vuaden (RS)
Auxiliares: Fabricio Vilarinho da Silva (GO) e Jose Eduardo Calza (RS)
Renda/Público: R$ 206.695,00 / 8.687 pagantes
Cartões amarelos: Juninho, Fagner e Baiano (VAS); Dráuzio (CAP)
Cartões vermelhos:
Gols: Nenhum
VASCO: Diogo Silva, Fagner, Jomar, Cris e Henrique; Baiano, Pedro Ken (Dakson - Intervalo), Juninho e Marlone; Willie (Montoya - 25'/2ºT) e André (Tenório - 32'/2ºT) - Técnico: Dorival Júnior
ATLÉTICO-PR: Weverton; Léo, Dráusio, Luiz Alberto (Jonas - 27'/1ºT) e Zezinho; Bruno Silva, João Paulo, Everton e Paulo Baier (Dellatorre - 25'/2ºT); Marcelo e Ederson - Técnico: Vágner Mancini.
TROFÉU NETVASCO 2013
Col. | Jogador | Média | Col. no ano | Média no ano |
---|---|---|---|---|
1º | Jomar | 8.3919 | * | 6.8811 |
2º | Marlone | 7.5885 | 6º | 6.1598 |
3º | Willie | 7.1782 | * | 7.0082 |
4º | Henrique | 6.7366 | * | 5.9906 |
5º | Juninho | 6.7077 | 1º | 7.6627 |
6º | Cris | 6.6684 | * | 4.9300 |
7º | Diogo Silva | 6.3355 | 7º | 6.1231 |
8º | Fagner | 6.2569 | 5º | 6.3089 |
9º | André | 6.2372 | 4º | 6.4341 |
10º | Baiano | 6.1586 | * | 6.1586 |
11º | Dakson | 5.7287 | 10º | 5.7419 |
12º | Montoya | 4.9227 | * | 5.9233 |
13º | Tenorio | 3.9213 | 19º | 5.0186 |
14º | Pedro Ken | 3.4928 | 17º | 5.0897 |