Confira os destaques do Jornal do Casaca de fevereiro de 2004 a agosto de 2005

Segunda-feira, 09/09/2013 - 07:22

2004:

14ª Edição – Fevereiro

O editorial do jornal fala sobre a necessidade de se apostar num investimento maciço voltado à formação de atletas para que no futuro frutos sejam colhidos pelo clube.

O recém contratado treinador Geninho dá entrevista ao programa Casaca no Rádio!, que ganha uma página no jornal.

Rafael Fabro apresenta texto em homenagem à Dulce Rosalina, que falecera pouco antes da publicação daquela edição. Fábio Ferreira também deixa sua mensagem em breves linhas, cheias de sentimento e saudade.

A posse de Eurico Miranda como presidente do clube para mais um mandato de três anos, ocorrida no mês anterior, na sede da Lagoa, é destaque principal do periódico.

O texto de Fernando D`Arribada de nome “O Azarão e as Profecias” critica a postura da imprensa, que diante do investimento na base feito naquele ano, em detrimento de várias contratações de impacto, punha o Vasco como a quarta força do Rio.

* No estadual daquele ano o Vasco foi o vice-campeão carioca, tendo vencido o 2º turno da competição (Taça Rio) e no Campeonato Brasileiro teve melhor colocação ao final do certame que Flamengo e Botafogo, ficando atrás apenas do Fluminense.

Na Galeria de fotos da última página, uma delas mostra-se emblemática: No início daquele ano o Parque Aquático do Vasco foi palco do Torneio Pré-Olímpico de Polo Aquático.
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15ª Edição – Abril

Logo no Editorial, João Carlos Nóbrega faz severas críticas à Lei Pelé e cita o caso Morais, atleta que apresentou uma proposta maior que a do clube para desvincular-se dele, oriunda da Portuguesa Santista que, na época, serviria apenas de “barriga de aluguel”, para fazer a ponte do atleta a outro clube (no caso o Cruzeiro), sendo coberta a proposta por um empresário interessado na ponte.

*Em função do imbróglio, o Vasco se movimentou e impediu a ponte, emprestando Morais ao Atlético-PR pouco depois. Sem brilhar na equipe paranaense, o jovem atleta voltaria ao Vasco no ano seguinte e seria, inclusive, tempos depois, ainda vestindo a camisa do Vasco, convocado pelo treinador Dunga para a Seleção Brasileira.

Foi dado destaque também para a inauguração da Escola Vasco da Gama, em matéria produzida por Eduardo Maganha. O desenvolvimento da ideia do ano anterior que previa aulas realizadas em São Januário, em salas específicas, com professores contratados de outra escola, se dava com o surgimento de uma escola própria no clube, inaugurada a 08 de março daquele ano.

O jornal fala também do sucesso que fora o lançamento do novo programa de sócios e informava sobre ações e promoções oriundas do seu progresso.

Nova matéria de Eduardo Maganha focando o Pan de 2007 no Rio de Janeiro, apontava atletas que teriam potencial para quatro anos depois fazer bonito na competição, ou que haviam se destacado no Pan do ano anterior. A vencedora da maratona no Pan de Santo Domingo, Marcia Narloch, as nadadoras Amanda Armelau e Ivi Monteiro, a velocista Geisa Coutinho, a dupla do Vôlei de Praia, Adrian Behar e Shelda, a equipe de Karatê doclube, os remadores Gibran Vieira e Oswaldo Kuster Neto (Vavau) e alunos do núcleo de Boxe Olímpico em Niterói foram mencionados na ocasião.

A TOV completava 68 anos de vida e a matéria reproduzida do seu site mencionava o histórico da torcida, que se orgulhava, entre vários feitos, ter mantido a faixa estendida durante todo o período em que faltou luz no estádio do Bangu, em jogo decisivo do Campeonato Carioca de 1998, que deu ao Vasco o título no ano do centenário.

*A partida, paralisada aos 45 minutos do 2º tempo, empatada em 0 x 0, não garantia o título ao Vasco, mas Eurico Miranda foi ao campo de jogo saber do juiz se os minutos de acréscimo seriam dados quando a luz voltasse. Muitos foram embora do estádio de Moça Bonita, algumas faixas foram tiradas, mas a TOV acreditava ainda na vitória (que daria o título por antecipação).

*Após a luz voltar e o jogo ser reiniciado, o iluminado Mauro Galvão, capitão do time, marcou no segundo minuto de desconto (o árbitro prometera três) o gol do título que a TOV, Eurico Miranda, os atletas, comissão técnica e torcedores que permaneceram no estádio acreditaram poder ocorrer, como efetivamente aconteceu. E o Vasco foi Campeão Carioca antecipado no ano do Centenário, vencendo, na ocasião, os dois turnos da competição.

O saudoso Ubiratan Solino destacou em sua coluna a brilhante vitória do Vasco cointra o Fluminense que garantiu a conquista da Taça Rio de 2004, o que proporcionou ao Vasco solidificar a sua posição de maior vencedor daquela Taça em todos os tempos, com nove conquistas.

João Carlos Nóbrega em sua coluna volta a criticar o comportamento da imprensa, no caso da tentativa de saída do jovem Morais (chacota), na ocasião da inauguração da Escola Vasco da Gama (omissão) e induzindo o público a acreditar num possível leilão da sede de São Januário em função de uma suposta dívida com o IPTU, que o clube não quis parcelar à época por não entender ser devedor daquele tributo, no caso específico.
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16ª Edição – Setembro

Destaque para Adriana Behar e Shelda que conquistaram a medalha de prata olímpica no Jogos de Atenas. As atletas mantiveram o vínculo afetivo com o clube, mesmo após o fim do Projeto Olímpico.

Dicró e Mart`Nalia, torcedores ilustres, aparecem na capa do jornal com camisas personalizadas dadas a eles pelo presidente vascaíno, Eurico Miranda.

Eurico Miranda fala sobre a situação do clube e diz com orgulho que o Vasco, além de estar com os salários em dia de atletas e funcionários, obtivera recentemente as certidões positivas com efeito de negativas, em relação à área fiscal. Falava da preocupação com os inimigos internos, pois estes, segundo o presidente moviam ações contra o clube para obter indenizações e cortejavam jornalistas e veículos para denegrir a imagem do Vasco.

A inauguração da Calçada da Fama, que teria os nomes inscritos daqueles torcedores que aderissem ao plano “Sou mais Vascão” e quitassem as parcelas devidas, também foi lembrada pelo jornal.

Nesta edição foram apresentados os campeões da Copa Casaca!. A equipe de nome “Mazinho” venceu com Jorginho, Xandy, Giovanni, Gaúcho, Chiquinho, Dudu, Junior e o ex-atleta Vivinho (Campeão Carioca em 1987 e 1988 e Brasileiro em 1989 pelo Vasco). O melhor goleiro da Copa Casaca! foi Guilherme Baptista e os artilheiros dela Sidinho e Dudu.

Na coluna de João Carlos Nóbrega, este falou da vitória do Vasco na Justiça Trabalhista no caso da saída de Juninho para a França, três anos antes. Citou também o jornalista Renato Mauricio, que naquele ano (2004) criticara Felipe por este ameaçar não jogar pelo Flamengo em função do atraso de três meses em seu salário (o que pela letra lei ensejaria ao profissional até a rescisão do contrato por parte do próprio atleta obrigando o clube rubro-negro a pagar valor ainda maior a ele). No caso de Felipe, Renato Mauricio Prado afirmou: “Felipe tem que ser profissional e jogar. Depois cobra o que lhe devem”.

2005

17ª Edição – Janeiro

Logo no editorial, a Equipe Casaca! fala sobre o planejamento norteado pela escolha de investimento na estrutura, desde a base (não só no futebol, mas também em outros esportes) até o realinhamento de dívidas e a manutenção dos salários em dia de atletas e funcionários.

É mencionada também a covardia das agressões externas e internas ao clube sofridas nos últimos anos até ali, bem como o reerguimento daquilo que tentaram destruir.

Justifica-se o segundo semestre fraco no futebol diante da alternativa escolhida, que fora a de seguir o caminho da responsabilidade, ao invés de endividar-se mais e mais para dar à torcida um time com aparência fantasiosa.

No derradeiro parágrafo fala-se que o Vasco poderia, a partir dali, ser visto de duas formas: a ampla, observando que o trabalho iniciado no ano anterior voltava-se para a preparação de um futuro melhor, ou mais egoísta e imediatista que se voltasse apenas para o enxergar dos resultados obtidos pelo time de futebol.

O site oficial do Vasco, coincidindo com a votação do site Netvasco, escolheu Coutinho como melhor jogador do Vasco em 2004, sendo ele um dos destaques da eleição de “Melhores do Ano”, registrada pelo jornal, que destacou também as medalhistas olímpicas Adriana Behar e Shelda.

Em entrevista dada por José Luiz Moreira ao site Pelenet, replicada pelo jornal, uma declaração do à época Vice-Presidente de Futebol merece ser destacada, após a pergunta do site sobre um mau rendimento visto no próprio futebol.

“O Vasco fez uma escolha. Fazíamos um time ou colocávamos a vida fiscal em dia. A opção foi colocar os impostos em dia, o que graças a Deus conseguimos.”

O saudoso Ubiratan Solino dava nessa edição as boas vindas ao implacável artilheiro Romário pelo seu retorno ao Vasco em coluna que homenageia e saúda o atleta.

O jornal também destacou a formatura da 1ª Turma do Colégio Vasco da Gama.

Eduardo Maganha elaborou texto, após entrevista com Aida de Almeida, a saudosa Tia Aida, fundadora da primeira torcida organizada do Vasco, chmada “Torcida Uniformizada do Vasco”, em 1944.

O colunista Eduardo Lopes também fez referência em sua coluna ao craque Romário, a quem chamava de Reimário, tecendo elogios ao baixinho e vaticinando o encerramento de sua carreira no Vasco.
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18ª Edição – Abril

Em sua coluna de nome “O MUV retardado”, João Carlos Nóbrega critica o teor da matéria publicada pelo jornal “O Globo”, mais propriamente os entrevistados que haviam dito na ocasião ser o balanço patrimonial do Vasco uma fraude. Os questionamentos se deram falando-se das chamadas “provisões para contingências” (ações ainda em trâmite que poderiam acarretar gasto futuro para o clube).

*Anos mais tarde esta única conta elevaria a dívida do Vasco em mais de 100 milhões de reais na retificação apresentada pela gestão MUV em relação ao balanço apresentado pela gestão anterior, referente ao primeiro semestre de 2008. Curiosamente nos balanços imediatamente seguintes o valor de tal conta não cresceu mais (pelo contrário, até diminuiu), embora centenas de ações tivessem sido propostas no período e muitas outras no decorrer de 2009, 2010, 2011… chegado à fase de execução.

O jornal destacava o novo site oficial do clube, que tinha como objetivo melhorar a interatividade entre o torcedor e o clube e dar mais opções de entretenimento, a partir das consultas.

Os novos uniformes do clube também tiveram destaque naquela edição. As principais mudanças foram nas golas e o fim das faixa nas costas.

Aproveitando o início do Campeonato Brasileiro, o jornal destacava os números do Vasco na competição e focava na grande quantidade de artilharias conquistadas no certame, citando Roberto Dinamite, Paulinho, Bebeto, Edmundo e Romário.

*Romário terminaria a competição naquele ano como artilheiro maior do certame, chegando a sua terceira artilharia no Brasileirão (2000, 2001, 2005).

Matéria escrita por Eduardo Maganha lembrava da briga do Vasco contra o preconceito, citando momentos emblemáticos do clube nesta luta, destacando-se a famosa Resposta Histórica de 1924, que se tornou um marco no futebol brasileiro contra o preconceito social e racial.
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19ª Edição – Agosto

O saudoso Ubiratan Solino fala sobre a recuperação do Vasco no Campeonato Brasileiro A equipe que figurara por 11 rodadas na zona de rebaixamento, após sair dela entraria no segundo turno do Brasileirão vislumbrando uma melhor posição na competição. Na ocasião foi lembrando que o Vasco, em casa mantinha uma impressionante média de 18.002 torcedores, quinta melhor do Brasileirão até a 20ª rodada do turno.

Rafael Fabro destacou naquela edição o artilheiro Romário, que passara Zico e já era o segundo maior goleador da história do Brasileirão com 138 gols.

Em matéria escrita por Fernando Lopes denominada “Fábrica de talentos” foi destacada a base do Vasco no futebol e outros destaques em vários esportes:

- Nos juniores a conquista da Taça Rio e a vice-liderança da Copa Cultura Rio-São Paulo;

- No infantil e mirim a melhor campanha da fase classificatória do Estadual, com mais de 70% de aproveitamento;

- No Futsal a base vascaína havia chegado a quatro finais em cinco categorias conquistando um título;

- No Remo o Vasco liderava o Estadual e com brilhante participação de seus remadores no Sul-Americano, o Brasil conquistou quatro medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze. Fabiane Beltrame, do Vasco, era a única remadora olímpica na história do Brasil até ali;

- No Atletismo novos talentos surgiam como Thiago de Jesus Tales, quarto colocado no pan-americano juvenil disputado no Canadá, além de Luana Martins Correia e Leonardo Lopes ainda na categoria infanto-juvenil;

- No Basquete o clube obtivera a melhor campanha da 1ª fase no estadual Juvenil, já revelara o atleta Marcellus para a Seleção Brasileira da categoria (mesmo com este ainda em idade de infanto-juvenil) e liderava o Estadual de forma invicta nas categorias Mirim e Infanto-Juvenil;

- No boxe o destaque era o super pesado Fábio Batista;

- No Handebol feminino, categoria Cadete, o Vasco já havia conquistado até ali três torneios na temporada e fornecera cinco atletas para a Seleção Brasileira;

- No Judô, o meio pesado Renato Carvalho obtivera o Bicampeonato Sul-Americano na classe Master e a prata na classe Senior, além da conquista do hexacampeonato carioca e do Torneio de Abertura da Liga de Judô do Estado do Rio de Janeiro;

- Sob coordenação do professor Manoel Varella o Karatê mantinha a hegemonia no estado do Rio de Janeiro e contava com vários dos principais karatecas do país: Ciça, Alessandro Gualbert, Sidrack Netto, Maicon Medeiros, Fernanda Monturil, Caio Duprat e Micaela Dantas (os dois últimos nomes mais jovens);

- Na natação infantil novos nomes eram lembrados, como Mariana Lopes, Victor Augusto Soares, Dandara Mendes, enquanto que a já conhecida Ivi Monteiro, passara a ser figurinha carimbada nas Seleções Brasileiras principais;

- No Vôlei de Praia a dupla Adrian Behar e Shelda permanecia vinculada ao Vasco e na época a irmã de Shelda, Shaylyn era a parceira de Adriana Behar, em função de uma contusão sofrida por Shelda.

A reportagem principal do jornal, assinada por Ubiratan Solino e Paulo Vianna, destacava o início das obras no CT da Rodovia Washington Luiz. A saga do Vasco para conseguir finalmente iniciar a construção, em parceria com a prefeitura de Duque de Caxias teve vários capítulos destacados, entre eles:

- A doação do terreno em 1976 feita pelo governo Geisel;

- A confirmação da doação décadas depois feita por FHC, quando Eurico Miranda era Deputado Federal;

- Como cerca de 48% do terreno de 500.000 metros quadrados constituíam áreas de manguezais o Vasco se obrigou a preservar tais áreas e assim o fez, desenvolvendo o Parque de Preservação e Educação Ambiental com a participação da ONG Mundo da Lama naqueles pontos;

- No restante do terreno havia grileiros em 17 lotes. O Vasco foi obrigado a indenizá-los a fim de que deixassem o local, alguns mediante acordo e outros com ações na Justiça;

- Por fim, a parceria firmada com a prefeitura de Duque de Caxias atendia aos anseios do Vasco e da população da cidade. Um hospital público de nível internacional (Hospital Dr. Moacir Rodrigues do Carmo) seria construído numa parte do terreno e em paralelo a prefeitura da região se dispunha a ser parceira no desenvolvimento do CT do Vasco na área restante.

A edição do jornal citou também a conclusão das obras de reforma da capela de Nossa Senhora das Vitórias localizada dentro do complexo de São Januário e que completava em 2005, 50 anos de existência.

Em coluna escrita por João Carlos Nóbrega, este destaca a reação vascaína no Campeonato Brasileiro e diz estranhar ter o momento ruim do clube na competição servido de palanque político para o que chamou de “Turma da Oportunidade de Ouro” – epíteto criado em alusão à fala de um oposicionista do MUV à época, após discursar no dia seguinte à derrota do Vasco de 7 x 2 diante do Atlético-PR, quando vaticinaria a tomada do clube no ano seguinte (ano eleitoral) na condição de falido e na segunda divisão. Em meio a sua fala afirmou estar aquele grupo ali presente diante de uma oportunidade de ouro naquele momento.

O colunista faz uma comparação com o momento do Flamengo, parecido, igual e posteriormente pior, comparando-se com o do Vasco, sem que houvesse por parte da mídia tantas elucubrações, dossiês, denuncismos e outras baboseiras por parte de profissionais de diversas áreas como especialistas em marketing, psicologia e administração.

No caso do rubro-negro (que também teria eleições no ano seguinte), endividado até o pescoço, com o triplo das ações trabalhistas, tendo como parâmetro o próprio Vasco, vivendo uma insolvência fiscal e com meros jogadores de vitrine sem previsão de multa por rescisão em seus contratos, a conduta da mídia era totalmente discrepante e essa era uma das críticas contidas naquele texto.

Concluía o colunista que a postura da mídia nos dois episódios levava a um raciocínio lógico diante do observado naqueles cenários similares: “Vasco em baixa, martelada na cabeça”; “Flamengo em baixa, cama elástica”.

Casaca!

Fonte: Casaca