Programas de sócio-torcedor rendem muito mais quando são operados pelo próprio clube, tanto percentualmente como em números absolutos. Com algumas possíveis exceções esta é a regra geral para os programas dos clubes brasileiros.
A reportagem do L!Bizz ouviu a maioria dos grandes clubes brasileiros, que, por seu tamanho, possuem os maiores programas de fidelização de torcedores.
A diferença foi nítida. Dos clubes que terceirizam o serviço, como Santos (CSU), Palmeiras (Outplan), Flamengo (Golden Goal), Vasco e Corinthians (Omni), a maioria não revela a parte que destina ao parceiro. Só o Palmeiras foi exceção: fica com 80% e cede 20%.
Daqueles que fazem com recursos próprios, como Internacional, Grêmio, Cruzeiro, Fluminense e São Paulo, o custo nunca passa de 7%. Internacional e Grêmio possuem os dois programas mais bem-sucedidos do Brasil, seguidos por Santos e Corinthians. Só os gaúchos quebraram a barreira dos 70 mil.
Marconi Barbosa, diretor de Marketing do Cruzeiro, diz que chegou a ser procurado por empresas interessadas em explorar o serviço. Elas pediram de 15% a 20% da receita.
– Nós estudamos e concluímos que ninguém conhece melhor o nosso público do que o próprio clube. E ainda é mais barato – explica.
A única parte do processo que cabe a uma empresa terceirizada é o cartão de torcedor, fabricado pelo Banco BMG. Mas no ano que vem, o acordo acaba e não será renovado.
– Havia algumas desvantagens e decidimos mudar – disse.
Jorge Vacarini, diretor de Marketing do Internacional, que tem o programa mais bem sucedido do Brasil, aponta outro grande problema da terceirização.
– Contratar uma empresa significa entregar um dos nossos maiores patrimônios, que é o nosso cadastro de sócios. Isso tem um valor imenso – afirma ele.
Outra desvantagem da terceirização é que há grande histórico de conflitos com as empresas. O Vasco, neste momento, está mudando de operador e por isso não quis dar informações à reportagem.
Os programas variam muito nos preços e direitos. Em alguns clubes, o torcedor vira sócio de fato e pode até votar para presidente.
Fonte: Lancenet