Menino rebelde, mas de muita personalidade. Assim Willie é descrito por quem o viu sugir no início da carreira. Tais características o acompanharam até a chegada ao profissional do Vitória. A rebeldia, trabalhada desde sempre, foi ficando para trás. Mas tal personalidade, permanece. Tanto é que, no primeiro jogo dele como titular do Vasco, fez logo dois golaços diante do Cruzeiro.
– É da personalidade dele. Mesmo novo, é um jogador que pode entrar em um Maracanã lotado, com 80 mil pessoas, que vai jogar sem medo – descreveu Epifânio Carneiro, diretor da base do Vitória.
O último caso de rebeldia ocorreu ano passado, durante a Copa do Brasil Sub-20. No primeiro jogo da final, ele apresentou-se para bater um pênalti, mas o técnico orientou que outro atleta cobrasse. Revoltado, atirou a bola contra o chão. Depois, foi cortado do segundo jogo.
Atos de indisciplina como esse, porém, parecem ter ficado para trás. O amadurecimento chegou de uma forma até dolorosa. Ano passado, Willie precisou passar por uma cirurgia no coração, o que abalou a vida dele e de familiares.
– Quando ele foi convocado para a Seleção sub-20, foi identificado esse problema. Ele operou e está bem. Mas amadureceu com isso tudo. Mudou bastante. É um menino que teve atos de rebeldia, mas conversamos com os pais dele, com psicólogo – contou Epifânio.
O próprio Willie diz que pensou em parar de jogar precocemente por conta desse problema, mas resolveu encarar:
– Passei por uma cirurgia, fiquei preocupado, tive problemas fora. Vários jogadores já pensaram em largar. Mas deu tudo certo. Espero continuar assim.
Parte da diretoria do Vitória não queria saída
Willie chegou a ser titular do time principal do Vitória ano passado, durante a disputa do Campeonato Brasileiro da Série B. Para esta temporada, após recuperar-se da cirurgia no coração, demorou a encontrar espaço e foi facilmente liberado pela diretoria baiana, pois o então novo técnico, Caio Júnior, tinha preferência por outras opções para o ataque.
Parte da diretoria, porém, chegou a ser contra a saída de Willie, apontado como uma grande revelação da base. Internamente, houve algumas críticas, ainda mais porque foi pré-fixado um valor ao Vasco para compra dos direitos dele ao término do vínculo de empréstimo, no fim do ano.
Willie surgiu como possibilidade no Vasco no meio da temporada. Como ficou sem espaço no Vitória, o empresário dele, Carlos Leite, o ofereceu à diretoria cruz-maltina, que aprovou. Os direitos do atleta pertencem totalmente ao clube baiano.
Fonte: Lancenet