Cria da Colina, o lateral-esquerdo/apoiador Felipe Jorge Loureiro, uma das maiores revelações de São Januário, da década de 1980 para cá, encerrou a sua vida vascaína em oito de... de 2013, quando ele e o Vasco acertaram a separação, em reunião que contou com a presença do empresário Reinaldo Pitta, do diretor executivo cruzmaltino, Renê Simões, e do diretor geral da casas, Cristiano Koehler.
O rompimento Vasco-Felilpe ocorreu por causa de uma entrevista do craque, criticando a contratação de Renê Simões. O fato foi considerado quebra de hierarquia e o atleta afastado do grupo. Como tinha um dos maiores salários do grupo, o clube, então, negociou uma rescisão amigável.
A história de Felipe na ”Turma da Colina” começa quando o técnico Antônio Lopes abriu-lhe uma chance no time A. Garoto, encantou a galera. Driblava, eficientemente, para o mesmo lado, mas ninguém lhe segurava. Resultado de uma técnica desenvolvida em seus inícios de vida boleira no futebol de salão. Era 1996, já era um ídolo. Dois anos depois, estava na Seleção Brasileira. Foi por ali que começou a deixar a lateral, para ser segundo volante.
Com um jogador imparável, de alta criatividade, Antônio Lopes levou-o para o meio do campo. “Na lateral, ele ficava com espaço restrito... como segundo volante... teve mais liberdade para criar”, explicou o treinador”, ao diário “Lance” Nº 4882, Ano 13, páginas 4 e 5, de 5 de abril de 2011. “Ele confiava muito em si e partia para cima dos adversários. Segurava um pouco mais a bola pois a responsabilidade de armar as jogadas não era dele”, comentou o então companheiro e apoiador Luisinho Quintanilha, pela mesma reportagem.
Felipe, como muitos outros vascaínos que saíram e voltaram, também, fez os seus rolés por fora da Colina. Esteve no Palmeiras e no Atlético-MG, em 2001. Em 2004, quando defendia o rival Flamengo, o treinador Abel Braga (zagueiro vascaíno na década-1970), experimentou-o no ataque. Acertou e valeu-lhe uma nova vaga com a camisa canarinha. “Ele tem facilidade par driblar e coloca a bola onde quer. O Felipe é um dos jogadores mais geniais com quem trabalhei”, disse Abel, ao “Lance” daquele abril de 2011.
Além do Fla, ao polivalente Felipe esteve, por duas vezes, em um outro rival carioca, o Fluminense. Contudo sem ser o astro aguardado nas Laranjeiras, devido muitas lesões. Da segunda vez, neaste2013, nem vem sendo titular “Já sabia que o Felipe era diferenciado. Acho que ele não se acertou (no Flu) porque não conseguiu ter uma sequência (de jogos). Se ficasse mais tempo, tenho certeza de que ia ter o mesmo rendimento que teve no Vasco. A qualidade técnica dele é e sempre foi indiscutível”, elogiou (em 2012), o ex-companheiro e apoiador Marcão, de tempos tricolores.
Ao chegar, para a sua última passagem pela Colina, em 2010, depois de atuara, também, pelo Galatasaray, da Turquia, e o Al-Saad, do Katar, o último Felipe vascaíno foi um dos mais vaiados, quando aconteceram quatro derrotas consecutivas, no início da Taça Guanabara-2011. Chegou a ser afastado do grupo. Só com a chegada do técnico Ricardo Gomes (estreou em 6 de fevereiro daquele ano, reabilitando a equipe), foi reintegrado, a pedido do treinador, e voltou a crescer. “É difícil encontrar um jogador ... hoje, com a mesma qualidade ... do Felipe. Com ele no meio do campo, qualquer equipe vai ganhar em criatividade..”, disse Ricardo Gomes, na época.
Felipe voltou ao Vasco sem o mesmo fôlego dos anos 1990, quando conquistou a camisa 6 cruzmaltina. Entrou na meia-cancha, para organizar as jogadas e, aos poucos, foi reconquistando a torcida.
Nascido em 2 de setembro de 1977, no Rio de Janeiro, o lateral-esquerdo Felipe que começou a encantar no time titular de 1996, sagrou-se campeão da temporada regional de 1997, no time em que o astro era Edmundo. Em 1998, bisou o feito, no centenário vascaíno. E, ainda, ganhou o maior título da história do clube, o da Taça Libertadores da América. A partir daquele ano, passou para ao meio-de-campo e chegou à Seleção Brasileira, convocado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo. Em 1999, o título que conquistava era o do Torneio Rio-São Paulo. Em 2000, outra conquista, a da Taça Guanabara, com goleada, por 5 x 1 sobre o Flamengo, e um gol dele.
Felipe chegou à Colina com seis anos de idade. Ficou entre 1983 a 1995, como amador. Profissionalizado, em 1996, esteve cruzmaltino até 2002. Após a volta de 2010, totalizou 362 jogos e 33 gols com a camisa da “Turma da Colina”. Pela Seleção Brasileira, foram sete jogos, duas vitórias, três empates e três pisadas na bola. Tem um título canarinho, o da Copa América-2004. Suas partidas pela ”seleça” foram: 23.08.1998 – Brasil 1 x 1 Iugoslávia; 28.03.1999 - Brasil 0 x 1 Coréia do Sul; 31.03.1999 – Brasil 2 x 0 Japão; 09.10.1999 – Brasil 2 x 2 Holanda; 28.04.04 – Brasil 4 x 1 Hungria; 14.07.04 – Brasil 1 x 2 Paraguai; 25.07.04 – Brasil 2 x 2 Argentina.
Fonte: Kike da Bola