Praticamente um ano após Mauro Galvão assumir o cargo de diretor-executivo da base, o Vasco da Gama começa a colher seus primeiros frutos na categoria sub-20. Apesar do início de ano não ter sido nada animador, o segundo semestre não poderia ter começado melhor. Com um elenco jovem e bastante reformulado, o Gigante da Colina chegou a final da Taça Belo Horizonte e emplacou sua melhor campanha nesta competição no século 21.
O bom desempenho do clube de São Januário neste torneio acontece devido a algumas modificações feitas pela nova gestão na categoria júnior. Além de demitir o questionado Galdino e contratar o ídolo Sorato para o cargo de técnico, os dirigentes cruzmaltinos reduziram o número de jogadores no elenco e aumentaram a qualidade do mesmo. As reformas no Centro de Treinamento de Itaguaí também contribuíram para o desfecho positivo na Taça BH.
Antes de alcançar sua melhor campanha dos últimos anos numa competição nacional, o Gigante da Colina decepcionou em competições importantes, como a Copa São Paulo e o Campeonato Carioca. Os resultados ruins no início da temporada fizeram com que Sorato recebesse as primeiras críticas. A saída do mesmo chegou a ser especulada, porém não foi confirmada. O ex-atacante permaneceu e utilizou os meses sem competições para corrigir os erros e implantar um esquema tático eficiente.
Na opinião de um dos nomes fortes da base vascaína, Mauro Galvão, muita coisa mudou em relação ao ano passado. Segundo ele, o Vasco só não evoluiu mais por conta dos problemas financeiros enfrentados pelo clube nos últimos meses. Apesar de apontar melhoras, o ex-zagueiro acredita que algumas coisas ainda precisam ser feitas:
- Melhorou bastante em relação ao que a gente tinha. Podemos melhorar mais ainda. Esperamos que isso aconteça quando o clube voltar a se estabilizar financeiramente. Quando o fluxo financeiro do clube voltar ao normal, as coisas também vão melhorar para a base. Teremos a possibilidade de trabalhar com um pouco mais de folga, até porque hoje nós trabalhamos no limite e tentamos resolver um problema de cada vez. Nós fizemos o que tínhamos que fazer, não fizemos nada de excepcional, apenas o que tinha que ser feito. Hoje para jogar no Vasco o jogador precisa ter qualidade. Levamos em conta a parte técnica, a parte física e a idade na hora de contratar um jogador. São os três elementos que fazem um jogador se tornar interessante. Não adianta você pegar um jogador que está estourando a idade para trabalhar com ele. Esse tipo de jogador precisa jogar numa equipe menor para aparecer, fazer seu nome e adquirir experiência antes de voltar a defender uma equipe grande. Nós tínhamos antes quantidade, mas o importante mesmo é ter qualidade. É importante você deixar um espaço para aqueles jogadores que vem da categoria inferior. É importante você ter essa abertura. Hoje nós temos no juniores o Renato Kayser, o Lucas Barbosa, o Danilo e o próprio Thalles, que subiu apenas neste ano. São jogadores que a gente vai poder trabalhar e colocar para disputar todas as outras competições que teremos no ano. Isso faz parte da formação do jogador. Ele precisa passar por isso e sentir as dificuldades. O nível é alto e você precisa dar resposta - afirmou o ex-zagueiro ao programa "Só dá Base".
Férias fizeram a diferença
As férias dadas aos jogadores logo após o término do Estadual foram na avaliação da comissão técnica fundamentais para que o clube conseguisse fazer uma belíssima campanha na Taça Belo Horizonte. Foi nesse período de descanso que a diretoria e os profissionais que conduzem a categoria puderam corrigir os erros, sugerir contratações, zerar os problemas com lesões e melhorar a parte física de alguns atletas:
- É importante você aproveitar esse momento sem jogos para melhorar a parte física. Tínhamos que melhorar de alguma forma, até porque saímos de maneira precoce do Estadual. Acho o que nós fez subir de patamar foram as mudanças que aconteceram no elenco. Alguns jogadores chegaram trazendo uma outra motivação e um espírito diferente. Esse grupo estava um pouco acomodado e com os mesmos personagens. Essa situação às vezes acontecem mesmo sem os jogadores terem a intenção. É até difícil de explicar isso. A gente deixar que essa acomodação continuasse. Teve a questão técnica também. Alguns jogadores não corresponderam e até mesmo por isso tivemos que modificar e trazer jogadores que tivessem o perfil do Vasco. Nós queremos lutar por conquistas e títulos, mas queremos mesmo é possuir no elenco jogadores que possam servir o profissional do Vasco. Se eles não tiveram esse perfil, eles não vão ficar. Não iremos manter um jogador que não tem esse perfil. Se o atleta está no sub-20 e não tem perfil para servir o time profissional, o nosso trabalho não tem sentido. Não queremos ficar aqui apenas buscando títulos. Esse não é o objetivo certo. Temos que trabalhar para o profissional. Se alguém de lá se machuca ou é vendido, a base precisa possuir um jogador com capacidade para suprir essa ausência. É melhor às vezes você colocar um jogador mais novo e que tenha a possibilidade de crescer ao invés de um atleta mais velho sem essa possibilidade. Estamos ainda num processo de crescimento e ainda temos muito a crescer, sabemos disso, mas ficamos satisfeitos porque os resultados já estão começando a acontecer - declarou o diretor-executivo ao programa "Só dá Base".
Fonte: Blog Meninos da Colina - Supervasco