Com uma história de superação, Marlone hoje colhe frutos de sua luta diária para se tornar um jogador de futebol. Na infância, por questões financeiras, teve de ser separado de seu irmão gêmeo e foi adotado, anos mais tarde o reencontrou. No Vasco, chegou a dormir na concentração e na maioria das vezes ficava sozinho no clube. Hoje, Marlone atua no futebol profissional do Vasco e é titular do atual elenco cruz-maltino. O camisa 30 diz que não se deslumbra com o atual momento e que sonha um dia jogar ao lado do irmão:
“O Marlone não está deslumbrado, continua da mesma forma, fui separado meu irmão desde pequeno e sempre quis um dia estar junto com ele, era um sonho pra nossa família de, pelo menos, estar junto. O Marlone é o mesmo de antes e sem muita empolgação, foram apenas duas partidas e eu tenho que procurar evoluir a cada dia mais. É um sonho (atuar ao lado do irmão Marlon), um sonho que, eu e ele ficamos conversando no quarto, imaginado a gente comemorando um gol junto, às vezes chego até a me emocionar. A nossa infância é agora, para quem conhece, acha que a gente é criança de 15 anos. É um sonho jogar ao lado do meu irmão.”
Marlone conta um pouco mais de como era seu dia a dia no Vasco durante a infância e relembra época em que foi gandula no clube, tendo utilizado o dinheiro que ganhava nos jogos para fazer suas refeições:
“Na verdade, a concentração do Vasco ficava de baixo da arquibancada mesmo, onde passei minha infância toda no Vasco e às vezes ficava só eu e o clube, vamos dizer assim. A maioria dos garotos eram do Espírito Santo, outros do Rio de Janeiro e algumas das vezes só ficava eu de jogador no clube, fazia minhas refeições só, quando batia enfermidade e queria minha mãe ao lado, meus pais, tive que abrir mão disso. Por isso sempre digo que o Vasco é um pai pra mim. A questão do gandula era válvula de escape, naquela época um gandula era 10 reais e eu pegava esses 10 reais pra comprar uma pizza para logo à noite, não que o Vasco deixou eu passar fome, não é isso. O almoço era 11h30, a janta era às 18h, um intervalo muito grande, então o dinheiro me ajudava a comprar um lanche, por isso que às vezes eu ia como gandula, para ter um escape" afirmou Marlone a Super Rádio Brasil.
Fonte: Supervasco