A pequena cidade de Augustinópolis, de 17 mil habitantes, no extremo norte do Tocantins, vai viver na noite desta quinta-feira (29) um momento especial. Quando o Vasco entrar em campo contra o Nacional-AM, às 21h50, no São Januário, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, todo mundo vai estar de olho em um jogador que anda enchendo a cidade de orgulho: Marlone, o mais novo titular do ataque cruz-maltino.
O servidor público Jaldo Saraiva, pai coruja do jogador tocantinense, diz que se fosse resumir em apenas uma palavra o que está sentindo ela seria 'orgulho'. E não é para menos, Marlone está há 8 anos no Rio de Janeiro, jogando pelas equipes de base do Vasco, em busca do sonho de ser jogador profissional.
- Sempre disse para o meu filho, faz o teu trabalho, não tenta antecipar nada, vai chegar a tua hora e aí, se for vontade de Deus, tudo vai dar certo no futebol - relata o pai.
Na última rodada do Campeonato Brasileiro, no jogo contra o Corinthians, Marlone jogou como titular, mas foi improvisado na lateral. O pai conta que a cidade parou e parece que o Vasco ganhou novos torcedores no Tocantins. Agora, jogando na própria posição, o ataque, a expectativa é que o desempenho dele seja melhor ainda.
Jaldo adotou Marlone quando era criança, mas demonstra tanto carinho pelo filho que não gosta nem um pouco do termo. E como a família mora em Augustinópolis, o jovem costuma visitar o pai e a mãe Eunice apenas uma vez por ano.
- Nós sentimos muita saudade, às vezes ele nos visita, outras vezes nós vamos até ele - conta Jaldo.
A saudade aperta dos dois lados, mas para Marlone a vontade de fazer parte de um grande clube supera todas as dificuldades.
- É um sonho porque estou aqui desde pequeno, aprendi a ser vascaíno de coração, minha infância, minha vida foi aqui, longe de casa. As datas mais importantes passei no clube. Me sinto honrado e orgulhoso com a camisa profissional do Vasco e por poder sempre ajudar o grupo, meus companheiros. É um sonho realizado - declara o jogador.
De acordo com Jaldo, a bola está no pé de Marlone desde que ele aprendeu a andar e mesmo com as dificuldades e a saudade, que aperta todos os dias, o pai nunca deixou de apoiar e acompanhar as vitórias do filho.
- Eu sempre apoiei o sonho dele, estava com ele em todas as peneiras que ele fez. A saudade é muito grande pois somos muito ligados, mas estou muito feliz por vê-lo realizar tudo que ele sempre sonhou - diz emocionado.
Em Augustinópolis, a família e os amigos de Marlone vão assistir o jogo entre Vasco e Nacional-AM na Escolinha Carreira, local onde o jogador começou a trilhar o caminho no futebol.