A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu oferecer denúncia a Corinthians e Vasco pelos conflitos ocorridos na partida entre as duas equipes, no último domingo, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. As possíveis penas são perda do mando de campo de uma a dez partidas, disputa dos jogos com portões fechados e multa que vai de R$ 100 a R$ 100 mil.
Os clubes responderão pelo artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata de deixar de tomar providências capazes e prevenir ou reprimir desordens ou invasão do campo. No último domingo, integrantes de torcidas organizadas das duas equipes brigaram na arquibancada do estádio. No fim da partida, um torcedor do Vasco invadiu o campo.
De acordo com o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, a denúncia será oferecida com o pedido para que, caso a pena seja perda do mando de campo, ela seja cumprida sem a presença da torcida do clube infrator. Isso porque a lei prevê que o clube punido dessa maneira possa atuar a uma distância de, no mínimo, 100 quilômetros de seu estádio. Assim, isso evitaria que Vasco ou Corinthians cumprissem a pena atuando, por exemplo, novamente em Brasília com seus torcedores.
- Hoje, uma perda de mando é cumprida, pelo regulamento da competição, a no mínimo 100 quilômetros da sede. O problema é que os clubes já estão mandando os jogos fora das suas sedes, como foi esse caso. Então nesse caso, se tem essa gravidade toda, a nossa denúncia é que a perda de mando de campo, para que não seja inócua, seja cumprida sem a presença de público ou, pelo menos, sem a presença da torcida do clube infrator. Que o visitante tenha o seu ingresso, aquela quantidade de 10%, mas que o torcedor do clube mandante não possa comparecer - explicou Schmitt.
O procurador-geral do STJD admitiu que esse tipo de punição não está no artigo 213 do CBJD, mas afirmou que a punição é possível de ser aplicada pela comissão disciplinar ainda a ser designada para analisar o caso.
- O regulamento antes mandava todas as perdas de mando de campo serem cumpridas com portão fechado. Isso caiu. Mas em casos graves, ou especificamente nessa situação na qual o clube já manda o jogo longe da sua sede... Eu não estou querendo resgatar o portão fechado para toda e qualquer situação, estou querendo que haja a aplicação dessa forma para um caso de gravidade elevadíssima e jogos em que os clubes já estão mandando fora das suas sedes - disse.
Fonte: GloboEsporte.com