O zagueiro Hércules Brito Ruas foi capa do Nº 167 da Revista do Esporte, de 19 de maio de 1962. Na antepenúltima folha, o último item do expediente, que alude à primeira página, diz: "A saída de Belini (ainda se escrevia com um "l" só) do Vasco proporcionou a Brito sua grande chance de ser titular da equipe cruzmaltina. E o grande craque tem sabido aproveitar a oportunidade, cumprindo atuações seguras e que o credenciam a figurar entre os novos ídolos da torcida vascaína". A matéria está nas páginas 12 e 13, com uma chamada informando que o zagueirão estava no clube desde 1955, tendo começado pela equipe de juvenis. São quatro fotos, com a primeira (maior) contando, pela legenda, que "Brito esperou muito tempo, mas acha que valeu a pena..."
Por aquele tempo, embora o zagueiro central usasse a camisa 3, Brito exibia a 2 nas fotografias. A "RE" dizia que ele... "durante muitos anos tem sido a estrela do dos aspirantes.." (categoria já inexistente e anterior à principal). Em seguida, mostrava a trajetória deste carioca, da Ilha do Governador, aos 22 anos, levado para São Januário pelo goleiro campeão de 1956, Carlos Alberto Cavalheiro, que o descobrira no time ilhéu do Flexeiras AC, onde surgira Nílton Santos, seu primo, em segundo grau. Segundo a matéria, por Brito ter substituido Bellini tão bem durante uma excursão de 1961 foi que que o Vasco negociara o seu grande capitão. Por fim, o texto das duas páginas cita uma ficha de Brito: ..."nasceu em 9 de agosto de 1939, pesa 74 quilos e mede 1,83m de altura".
Além do que você acabou de ler, a edição ainda trazia, embora com quase cinco meses de atraso, nas folhas 32 e 33, relatos e fotos sobre o casamento de Brito, em 29 de dezembro de 1961, com Sueli Cardoso dos Santos, na igreja de Nossa Senhora da Ajuda, na Ilha do Governador, celebrado pelo frei Afonso Ninkel. O redator entrega que Brito chegou atrasado, porque teve de ir se confessar (era costume da época) e buscar seu terno, que estava sendo terminado, e que, ao ver a prima entrando no templo ao som da "Aleluia", cantada por Madalena dos Milagres, suas irmãs e primas não seguraram as lágrimas (de felicidades, é claro!).a