Em Rubineia, interior de São Paulo, na parede da sala dos pais de Luizão, a camisa usada na conquista da Taça Libertadores da América materializa o orgulho pela vitória de 1998. Emoldurada, a relíquia é debutante: hoje, dia 26, aquele título do Vasco completa 15 anos.
Para decepção de Luizão, a lembrança ficou mesmo na parede. Artilheiro do Vasco na Libertadores de 98, com sete gols, o ex-atacante cobra o reconhecimento aos heróis.
- É uma falta de respeito. O ídolo no Brasil não vale nada. Fez, fez. Passou, passou. Aquele time fez história. O Vasco tinha que reconhecer, reunir a galera, fazer um almoço. Seria bonito. Tinha que ser uma coisa de coração - reclamou o ex-jogador, em entrevista ao Jogo Extra.
- Não quero nada do Vasco. Não preciso - apressou-se em esclarecer. - Mas a verdade é que o Vasco ficou me devendo 650 mil dólares referentes a dez meses de direito de imagem. Não cobrei na Justiça. Deixa pra lá - acrescentou o ex-atacante, empresário de jogadores e dono de dois estacionamentos.
Na decisão da Libertadores, Luizão fez um dos gols da vitória por 2 a 1 sobre o Barcelona de Guayaquil. O outro foi de Donizete, que, 15 anos depois, continua entrosado com o ex-companheiro de ataque, agora na reivindicação de uma comemoração pelo título histórico:
- Vou tentar falar com o Roberto (Dinamite) sobre a possibilidade de a gente fazer a preliminar do jogo de quinta-feira (contra o Nacional, pela Copa do Brasil). Precisaríamos de um patrocínio só para a gasolina do pessoal - sugeriu Donizete, disposto a organizar a festa.
Hoje diretor de futebol do Atlético-PR, o comandante da conquista, Antônio Lopes, valoriza o título que tem destaque no seu currículo de treinador.
- Não sei se o Vasco vai fazer alguma comemoração. Não estou sabendo de nada. Mas merecia. Tinha que haver alguma coisa - disse o ex-treinador.