Domingo de futebol. Longe do Maracanã e de São Januário, o Vasco escolheu o Mané Garrincha, em Brasília, para mandar seu jogo contra o Corinthians. E quem foi ao estádio não se arrependeu. Assistiu a uma grande partida, que teve no equilíbrio a palavra-chave. Melhor no primeiro tempo, o Timão abriu logo o placar e deu a impressão de que sairia com os três pontos. Mas a equipe cruz-maltina, modificada no segundo tempo, reagiu, empatou e esteve mais perto de vencer. Só que a partida ficou no 1 a 1, gols dos atacantes Guerrero, para os paulistas, e André, para os cariocas.
Com o resultado, os times se mantêm, provisoriamente, nas posições que ocupavam na tabela antes da partida. O Vasco foi a 20 pontos e está em 11º lugar, com 20 pontos ganhos, e o Corinthians, com 26, ocupa o quarto lugar. Como lado negativo, torcedores do Timão tentaram agredir cruz-maltinos no intervalo do jogo.
As duas equipes voltam a campo no próximo domingo, pela 17ª rodada do Brasileirão. Os cruz-maltinos vão ao Mineirão encarar o Cruzeiro. O Timão receberá no Pacaembu o Flamengo. Antes disso, Vasco e Corinthians farão o segundo jogo pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Os cariocas enfrentam o Nacional-AM na quinta, em São Januário, após a vitória fora de casa por 2 a 0. Os paulistas, também no Pacaembu, pegam o Luverdense, que venceu em casa por 1 a 0.
O JOGO
Difícil, muito difícil encontrar um time que não sinta baque ao tomar gol logo de cara. A festa das duas torcidas no Mané Garrincha ainda acontecia quando o Corinthians surpreendeu o Vasco não apenas com o uniforme azul. Logo de cara, com uma marcação daquelas de tirar o fôlego e claro esquema de jogo explorando as pontas, precisou de apenas três minutos - quase quatro - para abrir o placar. Primeiro, Danilo já tinha feito bonita jogada individual, sem sequência. Em seguida, Edenilson centrou na medida. Douglas não alcançou a cabeçada, mas Guerrero entrou como uma flecha e, com a perna direta, mandou para as redes: 1 a 0.
Estava dado o recado. O Vasco precisava se recompor. Se Sheik dava passeio em Fágner pelo lado esquerdo do ataque corintiano, pela direita o jovem Yotun estava tonto diante do tripé Edenílson-Dougas-Danilo. E foi por ali também que saiu outra boa jogada. Centro perfeito para Douglas, dessa vez acertando a cabeçada, explodir o travessão, antes dos dez minutos.
A marcação cruz-maltina falhava muito, principalmente por aquele lado. O time só começou a respirar no jogo a partir dos 15 minutos. O meio-campo passou a brigar de igual para igual. Abuda e Wendel suavam para Pedro Ken e Juninho aparecerem. O camisa 10, após bela arrancada de Fágner, centrou da direita, mas sem olhar. André não alcançou. Depois, o Reizinho, com a costumeira inteligência, arrumou espaço pelo meio para bater com o bom e velho veneno. Cássio rebateu, e André, já impedido, mandou para fora.
Foi o combustível para o Vasco sair do sufoco. O garoto Marlone dava boas arrancadas, mas esbarrava na falta de companhia nas jogadas velozes. Àquela altura, o Corinthians perdera o predomínio na posse de bola, a ponto de o técnico Tite pedir a Ral e Ibson melhor posicionamento e a combatividade apresentada no começo. A bronca deu certo. A marcação adiantou, e o toque de bola na frente com Danilo, Sheik, Douglas e Guerrero conteve o ímpeto do Vasco. A partida ficou equilibrada. Se Juninho obrigou Cássio a uma boa saída para abafar o sufoco, no contra-ataque foi a vez de Diogo Silva, com o pé, isolar para o meio de campo a bola lançada para Edenílson. Foi o último suspiro de um bom primeiro tempo.
Após um intervalo em que torcedores corintianos tentaram agredir vascaínos nas arquibancadas do Mané Garrincha, o Vasco voltou com uma mexida de Dorival Jr. Wendel deu vez a Willie. A entrada do veloz garoto pela direita deu a pista de que a equipe cruz-maltina entraria com tudo. E foi o que aconteceu. Regida sempre por Juninho. Na primeira chance, aos seis minutos, o Reizinho rolou na medida para Willie, ele mesmo, tocar por cima de Cássio, mas a bola cobriu o travessão. Mas na segunda, não houve erro: o meio-campo do Corinthians se complicou, a bola sobrou para o camisa 8, que, caído, serviu André, para bater sem defesa e empatar a partida, aos 9 minutos. Foi o sétimo gol do camisa 9 vascaíno no campeonato.
A essa altura, o Vasco já dominava a partida e merecia até a vitória. E quase virou com o eficiente Marlone, que bateu com perigo, rente à trave. A pressão vascaína obrigou Tite a mexer no Timão. Danilo, pendurado com cartão e entrando duro nas jogadas, saiu por precaução para a entrada de Romarinho. Mas o problema maior já era na defesa. Gil e Paulo André já não eram soberanos. Perdiam até para Rafael Vaz, que aparecia bem no ataque, quando quase serviu André, já preparado para bater. Douglas, recuado, salvou o que poderia ser o segundo gol.
O Corinthians se arrastava em campo quando Dorival Jr. trocou André por Tenorio, na tentativa de decidir. O Corinthians deu pequena acordada ao desperdiçar boa chance numa tabelinha de Guerrero com Romarinho, que bateu fraco. Logo em seguida, Marlone deu o troco, mostrando que o Vasco seguia acordado no jogo. Tite tirou Emerson Sheik, cansado, e pôs Alexandre Pato. O Timão tentava acordar. Marlone perdeu a chance da vitória para o Vasco, e, no fim, Pato obrigou Diogo Silva a grande defesa. A zaga do Vasco, na sequência do lance, protagonizou trapalhada, especialmente Yotun. Mas o jogo não saiu do empate.
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FICHA TÉCNICA
VASCO X CORINTHIANS
Local: Mané Garrincha, Brasília (DF)
Data-Hora: 25/8/2013 - 16h
Árbitro: Heber Roberto Lopes (SC)
Auxiliares: Guilherme Dias Camilo (MG) e Marcelo Bertanha Barison (RS)
Público/Renda: 21.627 pagantes/ R$2.070.800
Cartões amarelos: Abuda, Fagner e Pedro Ken (VAS); Danilo, Ibson, Paulo André, Guerrero e Ralf (COR)
Cartões vermelhos:
Gols: Guerrero 4'/1ºT (COR), André 9'/2ºT (VAS),
VASCO: Diogo Silva, Fagner, Cris, Rafael Vaz e Yotún; Abuda, Wendel (Willie, Intervalo), Juninho, Pedro Ken e Marlone (Edmilson, aos 45'/2ºT); André (Tenório, aos 28'/2ºT) - Técnico: Dorival Júnior
CORINTHIANS: Cássio, Edenilson, Gil, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Ibson, Danilo (Romarinho, aos 16'/2ºT), Douglas e Emerson (Pato, aos 34'/2ºT) ; Guerrero (Alessandro, aos 43'/2ºT) - Técnico: Tite
TROFÉU NETVASCO 2013
Col. | Jogador | Média | Col. no ano | Média no ano |
---|---|---|---|---|
1º | Juninho | 7.9261 | * | 8.0749 |
2º | André | 7.8300 | 3º | 6.3506 |
3º | Marlone | 7.6674 | 11º | 5.5156 |
4º | Rafael Vaz | 7.0148 | 2º | 6.5586 |
5º | Willie | 6.8838 | * | 5.9113 |
6º | Fagner | 6.6822 | * | 6.3721 |
7º | Diogo Silva | 6.6177 | 4º | 6.1143 |
8º | Abuda | 6.3031 | 9º | 5.7125 |
9º | Tenorio | 5.6019 | 16º | 5.1377 |
10º | Wendel | 4.9725 | 13º | 5.3255 |
11º | Yotún | 4.8490 | 14º | 5.3027 |
12º | Pedro Ken | 4.7899 | 15º | 5.1989 |
13º | Cris | 4.6600 | * | 4.0743 |
14º | Edmilson | 4.2159 | 22º | 3.9683 |