O carisma de Tenorio com o torcedor do Vasco não depende de boa fase. Sobrevive até mesmo a jejum de gols e a lesões que atrapalham sua passagem por São Januário. Somente neste ano, o jogador precisou levar pontos na cabeça duas vezes porque levou a pior em pancadas nos jogos contra São Paulo e Coritiba. Em 2012, ano da sua contratação, ficou meses parado em função de um rompimento do tendão de Aquiles. Nesse período no clube, fez 11 gols em 36 jogos oficiais. Bernardo, que está parado por lesão desde o campeonato estadual, tem um a mais no ano.
Contra o Grêmio, no último sábado, ele chegou a ser vaiado na segunda etapa em São Januário. Mas, em Manaus, era um dos mais festejados antes mesmo de marcar os dois gols da vitória sobre o Nacional, no estádio do Sesi, pela partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil.
Tenorio diz que o jogador precisa ter atenção total na partida e esquecer um pouco a torcida para ficar concentrado. Para ele, o atleta e a torcida precisam desfrutar do jogo, independentemente do resultado.
- Quando o torcedor gosta de um cara, ele tem lá seu motivo. Mas eu sempre trato de contribuir o melhor possível dentro de campo e fora também. Quando faço gols, o torcedor apoia mais, mas não fico feliz por isso. Nunca pensei em ser artilheiro, ser o cara, não, nada disso. Se ganha, ganha todo mundo. Você é campeão somando pontos. Às vezes você marca cem gols, 150 e fica fora da final. Sempre fui assim - afirmou o equatoriano.
Há quase dois anos no futebol brasileiro, o jogador compara o carinho que recebe dos vascaínos ao que viveu no Equador e à sua passagem no futebol do Catar. Com uma diferença: em outros lugares ele conquistou títulos e sempre teve regularidade. No Vasco, o experiente jogador de 34 anos começou como titular, mas perdeu a vaga para André, que deve voltar ao time contra o Corinthians, domingo, às 16h (horário de Brasília), em Brasília, pelo Brasileirão.
- Só posso agradecer todo o carinho que o torcedor do Vasco sempre teve por mim. Mesmo quando estive lesionado o carinho era impressionante. No Catar eu fui ídolo, o torcedor era louco por mim, mas aconteceram coisas aqui que vou guardar para o resto da vida - elogiou.
Com tiradas e jeito irreverente, Tenorio já brincou que, se o Vasco não se recuperasse, ia fechar as portas. Agora, depois da recente vitória, ele citou na mesma entrevista Barcelona e Real Madrid para dimensionar as dificuldades do clube em 2013.
- Nosso time ainda está tentando se encaixar, temos muitos jogadores jovens, outros experientes. Ainda tomamos sufoco em alguns momentos dos jogos, como foi contra o Nacional, mas não conheço um time que não toma sufoco em algum momento. Até o Barcelona - disse o atacante, que logo em seguida buscou inspiração no rival espanhol. - Podemos não ter dez Cristianos Ronaldos, mas vamos deixar tudo sempre dentro de campo. Seremos guerreiros do início ao fim.
Fonte: GloboEsporte.com