Alegria, felicidade, carinho... Essas são palavras constantes no discurso de André para definir sua experiência no Vasco. No clube há apenas três meses, o atacante garante ter encontrado em São Januário o conforto que faltou em suas últimas passagens por clubes do Brasil e da Europa. Emprestado pelo Atlético-MG até o fim do ano, ele vem traduzindo esse sentimento em gols: são seis marcados em dez partidas, a melhor média do elenco.
André deixa claro que chegou ao Vasco sabendo das dificuldades estruturais, financeiras e técnicas de clube e elenco. Mas também garante não ter motivo para arrependimento. Confiante no crescimento da equipe, o atacante de 22 anos acredita em boas campanhas neste segundo semestre e não descarta permanecer em São Januário, embora isso não dependa somente de sua vontade.
Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, André também destacou sua felicidade de pela primeira vez jogar profissionalmente no Rio de Janeiro, onde nasceu e de onde saiu aos 16 anos para atuar nas categorias de base do Santos. Natural de Cabo Frio, na Região dos Lagos, ele festeja a possibilidade de estar mais próximo de sua família, incluindo o pai Lenílson, torcedor do Vasco.
GLOBOESPORTE.COM - Qual sua avaliação desses três primeiros meses de Vasco?
André - Estou muito feliz, pois venho sendo tratado com carinho. Isso tem me ajudado, pois estou num lugar de que gosto. A alegria que estou tendo nesse clube é o meu combustível.
Esse carinho faltou em algum dos clubes pelos quais passou anteriormente?
Um pouco. Carinho e confiança são muito importantes para um jogador, e tudo isso eu tenho aqui no Vasco. Então dá mais vontade de fazer o melhor pelo clube.
O bom ambiente tem ajudado você a manter uma boa média de gols pelo Vasco?
Quando você está feliz as coisas fluem naturalmente. Então, os gols estão saindo. Sempre fui um cara alegre, feliz e aqui estou sendo tratado com carinho. Estou jogando para retribuir o que eu venho sentindo no clube e na rua também.
Pela primeira vez você joga como profissional no Rio de Janeiro, estado onde nasceu. Estar mais perto da família deixa a cabeça melhor para trabalhar?
Saí de casa aos 16 anos para jogar no Santos. Por exemplo, há muito tempo eu não passava um Dia dos Pais com meu pai, e no último eu consegui. Está sendo diferente jogar no Rio. Meus amigos vão ao estádio assistir às minhas partidas e depois posso sair com eles. Além disso, minha irmã Roberta recentemente teve uma filha, a Luiza, e eu posso curtir as duas mais de perto. Então, se eu puder, quero ficar mais tempo aqui.
Então sua ideia é estender o contrato com o Vasco?
Quando você está muito feliz num clube, não quer ir embora. Gosto muito do Rio e do Vasco, mas vou deixar as coisas acontecerem naturalmente. É uma questão que não depende somente de mim.
Após passagens apagadas por Dínamo de Kiev, da Ucrânia, e Bordeaux, da França, você pretende retornar à Europa um dia?
Quero voltar, sim. O que passei lá serviu de aprendizado. Mas acredito que, futuramente, com mais experiência e mais maduro, pretendo voltar à Europa, provar que tenho futebol e apagar aquela impressão.
Antes de marcar dois gols no Maracanã – na derrota do Vasco por 3 a 2 para o Botafogo – você foi flagrado na arquibancada durante a final da Copa das Confederações, junto de outros amigos de Neymar. A foto da sua comemoração de um gol do Brasil chamou a atenção. Como foi aquela experiência?
Fui pego naquela hora, foi espontâneo, não pensei em nada. Muita gente me ligou perguntando o que eu estava fazendo lá (risos). Mas foi bacana ver o jogo da arquibancada e sentir a emoção de torcedor. O Neymar sabia que os amigos estavam ali e comemorou com a gente. Ali eu era mais um brasileiro, um anônimo.
Por fim, qual a sua expectativa para a campanha do Vasco nesta temporada, frente às perspectivas traçadas por muitos no início do Brasileiro?
Quando cheguei, todo mundo falava que o Vasco brigaria para não cair. Sabia que o salário estava atrasado e de todos os outros problemas. Mas cheguei com o pensamento positivo e sabendo que logo tudo mudaria. E ainda temos muito para melhorar. Vamos surpreender muita gente.
Fonte: GloboEsporte.com