O presidente da concessionária Complexo Maracanã Entretenimento S.A, João Borba, se reuniu na tarde desta quarta-feira com representantes da Frente Nacional dos Torcedores e do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas, que fizeram uma manifestação na sede da Odebrecht e pediram o fim do contrato com o Governo do Estado do Rio de Janeiro. Ele recebeu uma carta com reivindicações e prometeu analisar o documento.
O "Consórcio Maracanã SA", formado pelas empresas Odebrecht Participações e Investimentos, IMX Venues e AEG Administração de Estádios do Brasil (de origem americana).
Em nota, o Complexo Maracanã Entretenimento S.A disse que nos próximos dias entregará ao governo um estudo propondo mudanças no projeto original da concessão, respeitando rigorosamente o objeto do contrato e garantindo sua viabilidade. O motivo do documento deve-se ao novo desejo do governador Sergio Cabral. No início de agosto, ele afirmou que o Estádio de Atletismo Célio de Barros, que faz parte do complexo Maracanã, não seria mais demolido. O fato colocou em xeque o futuro do “Consórcio Maracanã” à frente do espaço pelos próximos 35 anos.
A ideia inicial do consórcio era utilizar a área do Célio de Barros e do Parque Aquático Julio Delamare, que também ficará de pé, para construir lojas, restaurantes e um amplo estacionamento, faturando com isso em dias de jogos. Haveria a construção de dois edifícios garagem de 22 metros de altura.
Uma das reinvindicações dos manifestantes é o alto valor cobrado nos ingressos, mas, segundo a Concessionária, um trabalho já está sendo feito para alcançar valores mais acessíveis.
Confira a nota na íntegra:
"O presidente da concessionária Complexo Maracanã Entretenimento S.A. esteve, no início da tarde, com os representantes da Frente Nacional dos Torcedores e do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas. João Borba recebeu dos cerca de 40 manifestantes uma carta com as reivindicações dos dois grupos e vai analisar o documento. Nos próximos dias, a concessionária, que assumiu a operação do Maracanã e do Maracanãzinho por meio de licitação, entregará ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, poder concedente, estudo propondo mudanças no projeto original da concessão, respeitando rigorosamente o objeto do contrato e garantindo sua viabilidade.
O Complexo Maracanã Entretenimento S.A. esclarece que o Maracanã não foi privatizado. O estádio é um bem público do Estado do Rio de Janeiro e está sob administração da concessionária, que tem obrigação de fazer investimentos para a manutenção e permanente modernização do Maracanã e do Maracanãzinho que serão devolvidos à cidade, após 35 anos, ao fim da concessão.
A concessionária esclarece ainda que, pelo contrato de concessão, tem o dever contratual de pagar um torna de R$ 5,5 milhões ao ano ao Governo do Estado do Rio de Janeiro e fazer investimento de R$ 594 milhões, necessários para transformar o complexo num moderno espaço de entretenimento com museu, restaurantes, lojas e espaços de convivência até a devolução ao Governo do Estado do Rio.
O Complexo Maracanã Entretenimento S.A. reitera ainda que vem trabalhando a cada dia para que o atendimento ao torcedor alcance a excelência e preços acessíveis, com a segurança e o conforto que todos merecem. Os ingressos para as partidas desta semana são prova deste esforço. Para o jogo entre Fluminense e Goiás, pela Copa do Brasil, há ingressos a partir de R$ 20 (inteira) e, para a partida entre Botafogo e Atlético MG, os bilhetes têm valores a partir de R$ 40 – preços semelhantes aos praticados antes da concessão.
Diferenças entre privatização e concessão
Concessão – Por meio de licitação pública, é a transferência, pelo Poder Público à iniciativa privada, da administração de um serviço ou de um bem público, por um período pré-estabelecido, sob fiscalização do Poder Concedente ou agência regulatória. Um contrato estabelece um cronograma de investimentos que deverá ser rigorosamente cumprido durante o período de concessão. Esse é o caso do Complexo Maracanã Entretenimento S.A.
Privatização - A privatização ocorre quando o Poder Público vende empresas públicas para a iniciativa privada. No Brasil, várias empresas estatais já foram privatizadas: Telesp, Companhia Vale do Rio Doce, Banespa, entre outras, são exemplos."
Fonte: GloboEsporte.com