Além de atrasar a estreia do jogador por uma rodada, a não regularização do meia Montoya para o jogo com o Coritiba no último dia 11 esquentou um atrito nos bastidores entre Vasco e a Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro). O clube culpa a entidade pelo atraso no registro da documentação na CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Antes, porém, a rixa já existia por conta do episódio dos lados da arquibancada do Maracanã no clássico com o Fluminense, no dia 21 de julho.
O Cruzmaltino entende que a federação fez exigências descabidas para aceitar o registro de Montoya, e, posteriormente, mandar a documentação para a CBF publicar seu nome no BID (Boletim Informativo Diário). Apesar dos papéis terem sido mandados na sexta-feira antes do confronto em Curitiba, a Ferj só incluiu o nome do jogador no Bira (Boletim Informativo de Registro de Atletas) na manhã da segunda-feira seguinte.
O desentendimento sobre o registro do atleta girou em torno da necessidade – ou não – do visto de trabalho para o jogador, que é colombiano. Como o país de origem do meia atualmente faz parte do Mercosul, essa exigência não existia. A discussão, no entanto, foi responsável por atrasar a regularização.
A burocracia tomada como excessiva pelo Vasco contribuiu para que o clima esquentasse nos bastidores. A irritação com a Ferj começou quando a federação não foi capaz de garantir a permanência do Cruzmaltino em seu tradicional setor de arquibancada no Maracanã diante de polêmica com o Fluminense.
Na ocasião, a federação chegou a convocar uma reunião entre Vasco e o Tricolor para resolver a questão. Irredutível, o Fluminense levou vantagem na disputa por contar com um contrato de 35 anos com a Maracanã S/A, administradora do estádio. O time de São Januário perdeu a luta política, mas venceu a partida por 3 a 1.
Nos bastidores, o Vasco diz que existe má vontade da federação por conta da influência política de Eurico Miranda na instituição. Principal opositor da atual diretoria, o ex-presidente do Cruzmaltino deve ser candidato ao cargo novamente nas eleições de 2014, exerce papel de liderança no futebol carioca e até mesmo representou a entidade carioca numa reunião recente na CBF.
Dirigentes do Vasco foram procurados desde a tarde da última segunda-feira pelo UOL Esporte para comentar o atrito, mas não foram encontrados. Já a Ferj não deu resposta para os questionamentos sobre o caso até o fechamento da reportagem.
Fonte: UOL