Na década de 1970, Seu Ocival vibrava com os gols de Roberto Dinamite. Mesmo longe do Rio, o morador de Manaus não desgrudava o ouvido do radinho de pilha. Foi nessa época que ele, mesmo antes de pensar em casar, tomou uma decisão: daria ao filho o nome do ídolo dele. O fez. O “novo” Roberto Dinamite também virou jogador. E defende o Nacional-AM, que, nesta terça-feira, enfrenta justamente o clube de coração da família.
– É um sonho realizado. Não só meu, mas de toda a família - disse Dinamite, do Nacional.
Em 1986, Ocival convenceu a esposa a deixá-lo homenagear o grande ídolo. Colocou o nome de Carlos Roberto, mas teve de abrir mão do Dinamite. Somente na certidão...
– Meu nome é Carlos Roberto Santos da Silva, o dele é Carlos Roberto de Oliveira. Meu pai não colocou Dinamite, minha mãe não quis, mas sempre me chamou de Dinamite em casa. Quando virei jogador, adotei - explicou o manauara.
Além do nome, o fanático Ocival tentou até que o filho nascesse no mesmo dia e mês de Dinamite.
– Não deu certo. Nasci dia 4 de abril, o Dinamite dia 13. Foi quase – completou o xará do ídolo vascaíno.
Carlos Roberto também é vascaíno de coração e tem vivido dias mágicos. Ao saber que o Nacional enfrentaria o Vasco pelas oitavas de final da Copa do Brasil, vibrou bastante. Parte pela história dele, mas também pelo atual momento do clube:
– Gostei por essa repercussão, pelo Dinamite, mas também pelo momento do Vasco, é uma chance de avançar. Somos a zebra. O Coritiba veio com Alex e tudo e caiu.
O Dinamite manauara passa longe de ser o artilheiro que foi o original. É camisa 7, atua como meia ou volante. Mas é torcer para que nesta terça-feira ele não faça nem 10% do que o vascaíno fez...
Dinamite original fica emocionado
Mesmo acostumado a honrarias e homenagens, por tudo o que fez na vitoriosa carreira, Roberto Dinamite, atual presidente do Vasco, diz ter ficado emocionado com a homenagem, principalmente pelo fato de o manauara ter conseguido também virar atleta profissional.
— Fico muito feliz. E para fortalecer, ele ainda virou atleta de futebol profissional também. Às vezes, não temos a dimensão do que representa. Aí recebemos uma homenagem como essa... — disse o presidente vascaíno, que completou:
— O pai dele nunca tinha me conhecido, me visto pessoalmente. Acompanhava pela TV, pelo rádio. Mas, mesmo assim, deu meu nome ao filho. Vou guardar isso com muito carinho. É legal ter esse reconhecimento.
Juninho é o ídolo atual
Roberto, que atualmente tem 27 anos, não acompanhou a carreira de Dinamite como o pai. Mas assistiu a uma outra geração brilhar com a camisa do Vasco, entre 1997 e 2000. Por isso, tem Juninho Pernambucano como ídolo.
– Do time atual sou muito fã do Juninho. Não tem outra pessoa. Por ser da minha posição. É um jogador muito inteligente. Gostava do Ramón, do Felipe. Claro que também sempre fui fã do Edmundo e do Romário, mas eles eram atacantes, não da minha posição – revelou o manauara, que também foi apreciador do futebol de Raí.
Fonte: Lancenet