Quando Nacional e Vasco se enfrentarem no gramado do estádio do Sesi, na próxima terça-feira(20), além da disputa da vaga para as quartas-de-final da Copa do Brasil, os clubes aumentam o histórico de confrontos, passando para 16 o número de jogos oficiais. Revivendo o passado de embates entre Leão e o time da Cruz de Malta – sem nenhuma vitória para o clube amazonense -, tanto em Copa do Brasil quanto em Brasileiros, o CRAQUE foi em busca de histórias, lances e saudades vividas pelas feras do passado que atuaram com a camisa Azulina. Seja há 15 anos, quando as equipes se enfrentaram pela última vez, ou até mesmo 26 anos passados.
Época de Vivaldo Lima completamente lotado, com torcedores amazonenses vibrando pelos times da casa. Lembranças como estas não saem da cabeça dos jogadores que atuaram com a camisa do Leão diante do time cruzmaltino na década de 80 e 90, e que agora, mesmo de longe, revivem um pouco do período de grande valorização do futebol amazonense. “Foi uma grande fase vivida na minha carreira e a recordação que tenho é grande. Tínhamos um timaço que na época era dirigido pelo técnico Aderbal Lana, com o China, Camarão, Marinho Macapá e jogadores da terra atuando. Perdemos somente para o Vasco e Corinthians, pelo Brasileiro de 86, mas vencemos as equipes do Palmeiras, Atlético Mineiro e Internacional”, disse o ex-volante Sérgio Duarte.
Dos momentos importantes que Duarte não apaga da memória, está um lance construído por ele, mas que não resultou em gol, contra o Vasco em 1986, no estádio Vivaldão. “Lembro-me de uma jogada. Florêncio tocou a bola e recebi; em seguida toquei para o Helinho que fintou dois zagueiros, o goleiro e chutou para o gol, mas o zagueiro do Vasco, Souza, salvou em cima da linha. Saudades, nessa época os estádios eram lotados”, recorda.
Um dos jogadores que mais defenderam o representante amazonense contra o time carioca foi o ex-zagueiro Paulo Galvão. Com oito jogos pelo Brasileiro contra o Vasco, entre 1981 a 1987, o defensor guarda momentos inesquecíveis. “O meu 1º jogo foi no Rio. Perdemos por 1 a 0, mas foi um jogo bastante disputado. O Vasco tinha Dinamite, Mazarópi e tantos outros bons jogadores. Lembro que dei um chapéu no centroavante César, dentro da nossa área, gostava muito de fazer isso. Marcou muito pra mim”, relembra Galvão.
Outro que não apaga as lembranças dos jogos contra o Vasco é Marinho Macapá. Com oito títulos estaduais pelo Naça em 12 temporadas, o ex-volante lembra de ter “dividido” o campo ao lado de super craques da época. “Atuei em algumas partidas contra o Vasco e tivemos bons jogos. Lembro do Roberto Dinamite, Orlando, Mazarópi, Marco Antonio os feras do Vasco. Em 1995 veio o Ricardo Rocha, o Carlos Germano... Eram grandes times que o Vasco trouxe para Manaus”, comentou.
Sem ressentimentos, Lana diz que Nacional pode vencer
Se o técnico Aderbal Lana ainda estivesse no comando do plantel nacionalino, na próxima terça-feira (20), seria o único entre jogadores e treinadores que viveriam a experiência em confrontar com o Vasco novamente. O técnico que recentemente foi demitido do Nacional comandou o clube, contra o mesmo adversário da próxima semana, nos anos de 1986 e 1987. “Nesse tempo o Nacional tinha um time de bons atletas, jogadores rodados como Florêncio e Paulo Galvão. Tínhamos também Murica, Helinho, Jorginho... era um time que podia ir de igual para igual com qualquer equipe”, lembrou o técnico.
Do confronto, Lana não esquece em especial de um jogador: Roberto Dinamite, que metia medo nos zagueiros da época. “O Roberto era uma centroavante que metia medo em qualquer zaga; ainda assim, tínhamos uma defesa com Paulo Galvão e o Murica que foi um dos melhores zagueiros que vi atuar e só não saiu daqui porque não quis”, destacou.
Apontado por muitos como o principal responsável pela campanha histórica do clube na Copa do Brasil 2013, Lana não guarda ressentimento com a demissão – ocorrida há menos de um mês – e promete torcer para a equipe. “Hoje o Nacional tem plenas condições de vencer o Vasco. Acredito que se o time atuar com a mesma equipe e esquema tático contra o Coritiba, o time vença. Não vou ao estádio, mas vou torcer pela vitória”, finalizou o estrategista.
Com um retrospecto não favorável, com apenas dois empates e 13 derrotas, o clube amazonense mantém o longo jejum sem nenhuma vitória. Aficcionado pelo trabalho do técnico Aderbal Lana, Paulo Galvão não acredita que o time passe para a próxima fase. “A partir do momento que eles dispensaram o treinador que conseguiu levar o time para uma fase de Copa do Brasil, aonde nunca chegaram, eles agora não passam daí. Vão perder. Agora, isso é uma constante no Nacional: eu sofri isso na pele como treinador. Fui demitido mesmo tendo bons resultados”, revelou Galvão, que atuou como técnico do clube em 2002.
Fonte: A Crítica