Juvenil: Renato Kayser superou parada cardiorrespiratória ainda bebê e hoje é esperança da base do Vasco

Domingo, 18/08/2013 - 16:26

O mais novo goleador das categorias de base do Vasco já pode ser considerado um campeão. Depois de superar, com apenas dois meses de vida, uma parada cardiorrespiratória que fez os médicos praticamente o desenganarem, Renato Kayzer desponta com a expressiva marca de 29 gols em 16 partidas pelo time sub-17 da Colina. Para quem viu a morte de perto tão novo, encarar zagueiros e goleiros, até o momento, têm sido mamão com açúcar.

- Quando minha mãe conta o que aconteceu comigo, chego a me arrepiar. Trago sempre isso comigo. Levo a sério todas as partidas - afirmou o garoto de 17 anos.

Bem antes de se sagrar artilheiro da Copa Rio Sub-17, com oito gols, e ser o principal goleador do Campeonato Carioca que ainda está em andamento, com 21, o atacante enfrentou o maior desafio de sua vida.

Em abril de 1996, o bebê do casal Maurício e Cássia estava internado em um hospital da cidade de Tupãssi, no interior do Paraná, por causa de uma gripe. Porém, veio a madrugada e o que era uma preocupação virou uma história de terror. O pequeno Renato passou a sofrer convulsões no colo da mãe. Na quinta crise convulsiva, causada por um broncoespasmo, que é quando os brônquios deixam de se abrir para a entrada de oxigênio, seu corpo simplesmente parou de se mexer. Diante do quadro de parada cardiorrespiratória, os médicos chegaram perto de desenganar o menino.

- Eu fiquei desesperada com meu filho no colo. Quando perguntei se o Renato ficaria bem, o médico me disse que talvez ele se recuperasse se fosse transferido para outro hospital. Para mim, foi um milagre. Não apenas ele sobreviver, mas não ter ficado com sequelas - lembra a mãe de Renato, Dona Cássia.

O drama de Kayzer ainda nos tempos de recém-nascido não foi o único desafio que enfrentou. Após ser aprovado para treinar no Santos, aos 11 anos, Renato deixou a cidadezinha de apenas oito mil habitantes rumo a São Paulo. A família foi junto, com uma mão na frente e outra atrás. Mas a passagem pela Vila Belmiro foi doída.

- Meus pais foram comigo, deixaram o trabalho, mas não tive espaço. Eu treinava bem, mas não jogava. Isso me deixou triste, zangado. Acabei brigando com pessoas, perdi amizades - lembra.

O garoto foi dispensado e contratado pelo Desportivo Brasil, da Traffic. Veio a proposta do Vasco e a carreira deslanchou na Colina.

- Sou um jogador mais de força, arrancada. Técnica, eu não tenho muita. Jogo a bola na frente e depois o goleiro que se vire - disse, aos risos.

O contrato com o clube acaba em janeiro e o Vasco deve comprar seus direitos. Renato ainda não sabe se vingará como jogador profissional, mas na batalha pela vida ele já se saiu vencedor.




Fonte: Extra Online