Fazer qualquer comparação com Dedé, no Vasco, é até desigual. Mas, no caso de Rafael Vaz, chega a ser inevitável. Para começar, ele foi contratado justamente para suprir a saída do xerifão, vendido ao Cruzeiro. Mas ainda há outras semelhanças. Até agora, o novo zagueiro tem dado conta do recado, feito gols e conquistado a torcida. Seria ele um novo Mito?
Desde que chegou, Vaz, quando questionado sobre tal comparação, sempre preferiu rejeitá-la.
– O Dedé é o Dedé, e eu sou o Rafael Vaz. Ele fez muito pelo clube. Ainda tenho de trabalhar muito para chegar ao nível dele – disse Vaz, após um jogo do Vasco.
Apesar do discurso, convenhamos, há semelhanças Tanto no estilo de jogo, quanto no faro de gols. E ambos chegaram ao clube desconhecidos, sob olhares desconfiados.
Dedé é o maior zagueiro-artilheiro da História do Vasco. Entre 2009 e 2013, fez 19 gols. E Vaz tem mostrado que sobe bem ao ataque. Até agora, em nove jogos, já marcou très gols.
Por outro lado, Dedé demorou a alcançar tal número, assim como a titularidade. Em 2009, ficou como quarta, às vezes, quinta opção. Começou a se firmar em 20l0. E teve aquele crescimento fenomenal.
No caso de Vaz, a titularidadee os holofotes chegaram muito mais rápido. Ajudado pelas poucas opções que o time tem para o setor. Independentemente disso, o zagueirão já tem vaga cativa e tornou-se o vice artilheiro do Vasco no Brasileirão, atrás somente de André, que fez cinco.
Se Vaz vai mesmo chegar ao nivel do Dedé, seja pela técnica ou pela idolatria da torcida, só o tempo dirá. Mas os vascainos estão empolgados. Nas redes sociais, não é raro ver o zagueiro ser chamado de Novo Mito. Já existe até conta no Twitter ressaltando tal fato, de nome Rafael Vaz Ser Mito (ver mais na página).
Chegada de Vaz foi uma grande novela
A negociação envolvendo a contratação de Rafael Vaz foi uma verdadeira novela. O acordo, por pouco, não chegou a ser desfeito. Mas, no fim, deu tudo certo.
O nome chegou ao Cruz-Maltino por intermédio do empresário Reinaldo Pitta. Já havia uma negociação para que o Vasco não precisasse pagar a multa rescisória ao Ceará. E foi este ponto que fez da negociaçào uma novela.
René Simões, então diretor de futebol do Vasco, entrou no negócio e comecou a tratar diretamente com a diretoria do Ceará e até aceitou pagar a multa rescisória. Tal situação deixou outros envolvidos incomodados.
Como o Vasco não tinha dinheiro em caixa para isso, demorou a depositar o valor exigido pelo Ceará, arrastando a negociação.
Em certo momento, um dirigente cearense chegou a garantir que, se o pagamento não fosse feito em um determinado prazo, Vaz voltaria a ser relacionado pelo clube e o negócio seria desfeito. Mas, após quase dois meses, o acordo saiu.