A diretoria do Vasco esbanja confiança no discurso, mas ainda não consumou a obtenção das certidões negativas de débitos - documento emitido pela Receita Federal que comprova a não existência de dívidas com órgãos públicos. O clube estampa a marca da Caixa Econômica Federal no uniforme há um mês, porém, esbarra nas exigências da Fazenda Nacional e tem a verba de R$ 1,25 milhão bloqueada.
Anteriormente, a administração havia estipulado a quarta-feira passada para ter as CNDs em mãos e reunir condições para assinar o contrato de patrocínio. Mas a rodada de negociações com executivos da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional terminou sem o esperado desfecho. Detalhes burocráticos atrapalham o fluxo desejado pelo Cruzmaltino.
A dívida total do Vasco com a Fazenda Nacional é de mais de R$ 170 milhões. No entanto, o acordo foi feito primeiramente para viabilizar o pagamento do passivo ativo - valor originário do débito - de pouco mais de R$ 52 milhões quando as partes começaram a negociar. Com o passar dos meses, o montante subiu para R$ 103 milhões em correção promovida pela tabela da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e juros correspondentes.
O clube vai dar de entrada mais de R$ 20 milhões que estão penhorados. Mesmo com tudo encaminhado, as últimas reuniões têm sido desgastantes. A União deseja garantias significativas do pagamento e exige que o passivo seja quitado o mais breve possível. A cada conversa, os números são analisados pelos departamentos financeiro e jurídico do Cruzmaltino, o que atrasa o procedimento.
A diretoria prefere não estipular prazos e aguarda o desenrolar da situação enquanto busca regularizar os salários atrasados. No acordo, o Vasco deve pagar até o final do ano pelo menos seis parcelas de cerca de R$ 500 mil. Em 2014 e 2015, serão 24 prestações de pouco mais de R$ 1 milhão, enquanto em 2016 e 2017 as parcelas estão fixadas em R$ 1,2 milhão. O valor aumenta ainda mais em 2018.
A Caixa Econômica Federal estreou em 14 de julho, quando o Cruzmaltino perdeu para o Flamengo por 1 a 0. No dia 24 do mesmo mês, o acordo foi publicado no Diário Oficial pelo valor de R$ 15 milhões/ano. Com a dificuldade na negociação junto a Receita Federal, o Vasco não pôde assinar o contrato e viu a parcela de um mês beneficiar o banco em exposição sem ter acesso ao que lhe é de direito, fato que incomoda em São Januário.
A entrada de receitas é fundamental, mas o clube só pode ter o dinheiro disponibilizado pela Nissan, que firmou compromisso no valor de R$ 7 milhões/ano para estampar a sua marca nas costas da camisa e não se trata de uma empresa estatal.
Fonte: UOL