Sem entrar em campo e sem ser relacionado para jogos desde a partida contra o Criciúma, há quase um mês, o cabeça de área Fellipe Bastos vive em compasso de espera. Com seis jogos pelo Vasco no Campeonato Brasileiro, ele recebe sondagens e aguarda uma proposta concreta para deixar o clube de São Januário depois de mais de quatro anos, 120 jogos e 13 gols pelo clube. Até o dia 10 de outubro ainda é possível para aqueles que não completarem sete jogos por um time da primeira divisão trocar de times na Série A.
A negociação, porém, não é simples. O Vasco ainda tem uma dívida superior a R$ 1 milhão com o Benfica pelo volante, que foi comprado junto a Eder Luis no meio do ano passado - pelo ponta direita o clube deve mais de R$ 5 milhões, em valores que devem ser quitados em mais duas parcelas no fim de 2014 e no fim de 2015. Este ano, Bastos só entrou em campo 15 vezes - seis pela atual competição e outras nove pelo Carioca. Exímio chutador, o volante de 21 anos é considerado, no mínimo, uma boa moeda de troca. A comissão técnica e a diretoria entendem que no clube a paciência da torcida, que o vaiou quando o volante entrou no segundo tempo contra o Criciúma em São Januário, impede o jogador de desenvolver seu melhor futebol. Bastos chegou a ser titular logo na estreia de Dorival Júnior - no clássico contra o Flamengo -, mas depois sumiu do banco de reservas.
No início do ano, o Vasco recebeu sondagens e até propostas do Internacional e do Palmeiras. Agora, apareceu o Santos, enquanto o jogador também tem sido oferecido para o mercado europeu. Porém há outro fator complicador da negociação. O ex-jogador Romário penhorou na Justiça 100% dos valores em venda de direitos econômicos de quatro jogadores: Dedé, Nilton, Fellipe Bastos e Eder Luis são a garantia de que o Baixinho vai receber o que provou na Justiça que o Vasco o deve. Nilton saiu com o passe na Justiça, sem custos ao Cruzeiro, enquanto Dedé foi para o mesmo clube mineiro após um acordo dos advogados vascaínos com o do atual deputado federal. O advogado do Vasco, Marcello Macedo, confirmou que os outros dois jogadores ainda estão sob poder de penhora de Romário. Ou seja, para serem vendidos o Vasco precisam do “aval” do Baixinho - com quem o clube fez acordo para pagamento de um total de R$ 18 milhões.
Para pessoas próximas, Bastos comenta que está aguardando sua situação ser definida e que não deve ser relacionado para jogos enquanto isso não acontecer. No dia a dia de São Januário ele treina normalmente. É comum vê-lo batendo faltas depois da hora, junto a Rafael Vaz e outros que treinam as cobranças de longa distância. O jogador chegou ao Vasco em 2010, durante o segundo semestre, na mesma negociação que trouxe Eder Luis. Do elenco atual, apenas Fagner tem mais tempo de casa que a dupla (embora o lateral tenha passado temporada no Wolfsburg, da Alemanha).
Fonte: GloboEsporte.com