Há cinco anos, André chegava ao Santos para fazer testes na base. Goleador, foi aprovado e logo tornou-se titular dos juniores, ao lado de Neymar e Ganso. Não demorou a brilhar também entre os profissionais e ganhou quase tudo. Ao pisar na Vila Belmiro para o duelo com o Peixe, tais lembranças virão à tona. Nesta noite, estará em lado oposto. Mas os gols continuam.
A história de André no Santos teve início em 2008 por conta da indicação do amigo Jefferson Café, também conhecido como Obina.
– O time de juniores presisava de um centroavante e indiquei o André. Ficamos uns quatro anos juntos na Cabofriense, então já sabia das suas qualidades. Ficamos amigos naquela época. Logo depois o André passou a jogar comigo no Santos – disse o volante Jefferson, que ainda é do Santos, mas atualmente está encostado.
O primeiro técnico de André na base santista não demorou a perceber suas qualidades. Narciso lembra que ele teve de passar por um laboratório de dez dias, mas nos primeiros treinos fez gols e carimbou a vaga.
– Nos juniores, tínhamos Neymar e Ganso. A bola chegava com qualidade ao ataque, mas faltava um goleador. O André, em pouco tempo, mostrou conhecer a função – lembrou.
André ficou pouco tempo na base. Em 2009, já figurava no time principal, ao lado de Neymar e Ganso. Mas foi em 2010 que viveu a melhor fase. Coincidentemente, quando foi treinado por Dorival Júnior, que hoje é seu técnico no Vasco.
Com o sucesso, André foi vendido para a Europa em 2010. Não fez um único gol por lá. Voltou ao Brasil e não brilhou no Atlético-MG e na segunda passagem pelo Santos. Mas no Vasco reencontrou o caminho dos gols. Tem números superiores aos de quando atuava com Neymar.
Quando formava dupla de ataque com o craque do moicano, entre 2009 e 2010, André teve uma média de gols de 0,51 por partida. Na ocasião, balançou as redes 28 vezes, em 54 jogos disputados.
Já pelo Vasco, a média sobe para 0,66. Até agora, em 9 jogos disputados com a camisa cruz-maltina, ele marcou 6 gols, contando um jogo-treino durante a parada para a Copa das Confederações. Ele é o artilheiro do time no Brasileiro (cinco gols).
Sem 'bigode grosso' desta vez?
Com faro apurado nos últimos jogos pelo Cruz-Maltino, André já deixou uma marca registrada ao comemorar seus gols, imitando um bigode com os dedos, em alusão ao funk do “bigode grosso”. Mas será que ele vai manter tal comemoração justamente diante do clube que o revelou?
– O André está muito motivado e quer brigar pela artilharia. Ele se identificou muito com o Vasco, mas também temos um carinho grande pelo Santos. Acho que se fizer gol, não vai comemorar desta vez. Ele é um profissional, mas temos um carinho pelo Santos – disse Seu Lenílson, pai de André.
Por falar no “bigode grosso”, tal comemoração resultou em reclamações da família.
– Minha neta nasceu e todos esperavam que ele colocasse o dedo na boca, em homenagem. Mas fez aquele bigode (risos). O pessoal reclamou – revelou Lenílson.
Fonte: Lancenet