Ricardo Gomes assumiu o cargo de diretor executivo do Vasco há pouco mais de dois meses. O período foi suficiente para o profissional implantar a sua filosofia no departamento de futebol e findar a conhecida instabilidade. Satisfeito com o trabalho, o presidente Roberto Dinamite pensa em um contrato longo na função. Por sua vez, Gomes adiou momentaneamente o retorno à carreira de técnico por causa do novo posto e recuperação total do AVC sofrido em 2011.
Anteriormente, o desejo era voltar ao campo após a Copa de 2014. Com bom humor, o agora cartola remanejou a ideia enquanto observa o seu desenvolvimento profissional e físico. Questionado sobre os obstáculos no cargo atual, Ricardo recordou a sequela deixada pelo grave problema de saúde.
“A minha principal dificuldade é o lado direito. Só o lado esquerdo funciona, a cabeça também é assim (risos). Levo o restante com tranquilidade. Tenho pelo menos mais dois anos para a recuperação completa. Mas isso é discutível. Pode ser mais ou menos. Hoje não sei se serei treinador ou diretor. Não tenho pressa. Minha cabeça está funcionando apesar de tudo. Estou bem mesmo se não recuperar o lado direito. Não posso reclamar de nada e também não pretendo estipular prazos”, afirmou.
O diretor executivo modificou aspectos enraizados em São Januário. Com diálogo junto aos atletas, Ricardo Gomes tem blindado o elenco dos problemas extracampo e usa franqueza em relação aos salários atrasados. Os jogadores confiam em seu trabalho e têm liberdade para conversar sobre as dificuldades do dia a dia.
Além disso, Gomes é visto nos bastidores como responsável pela volta dos chamados “reforços de peso”, pedidos rotineiramente pelos torcedores. Juninho, Fagner, Guiñazu e Cris foram contratados com sua participação fundamental. Ele reconheceu o carinho da torcida e elogios nos corredores, porém, procurou minimizar os feitos diante da nova realidade.
“Estava como diretor técnico e assistia aos treinos. Hoje, exerço uma função na qual praticamente não vejo as atividades. O trabalho me agrada bastante, mas ainda vai melhorar com a situação financeira resolvida. Posso ter ajudado positivamente nas contratações, mas tenho a certeza de que não fui determinante. Não fiz nada. Apenas espero contribuir”, completou.
A administração não fala abertamente, mas sonha em montar a estrutura do futebol com Ricardo Gomes e Rodrigo Caetano na direção executiva em 2014. Como o retorno do dirigente ao trabalho na beira do campo ainda necessita de sua recuperação completa, a possibilidade ganha força nos corredores de São Januário. E, sempre quando perguntado recentemente, o presidente Roberto Dinamite faz questão de elogiar o diretor, que parece cada vez mais ligado ao Cruzmaltino independente da função.
“O trabalho do Ricardo é fundamental. Ele tem uma liderança importante em todos os sentidos. Não foi surpresa e todos conheciam bem a sua capacidade. O Ricardo apenas está continuando a bela carreira que construiu. É um profissional que busca sempre o melhor para o Vasco de maneira diferenciada. É uma figura que merece todo o nosso respeito pela dedicação e conduta”, encerrou o mandatário.
Fonte: UOL