Em 1923, o Vasco conquistou seu primeiro Campeonato Carioca e ajudou a abolir barreiras raciais e sociais, permitindo a participação de negros e pobres no futebol brasileiro. A luta dos “camisas negras”, como ficaram conhecidos, não foi em vão. Noventa anos depois, o Gigante da Colina ainda vibra com esta conquista e homenageia seus heróis passado, que contrariaram a lógica elitista dos rivais naquela época. O equatoriano Tenório, atacante cruz-maltino, conheceu recentemente a história daqueles jogadores e passou a admirar a coragem dos que ajudaram a combater o racismo no futebol (assista ao vídeo).
- Foi um time que misturou negros e brancos e que fez história mesmo! - disse.
No início do século passado, discriminado por América, Botafogo, Flamengo e Fluminense, o Vasco assombrou o Rio de Janeiro com uma campanha avassaladora. Em 14 jogos, foram 11 vitórias, dois empates e apenas uma derrota. Com um time formado por negros, operários e suburbanos, o clube cruz-maltino foi campeão estadual, quebrando barreiras e mudando os códigos sociais do esporte.
Para Tenório, o preconceito, no entanto, ainda não é uma coisa do passado. O jogador lamentou a postura de algumas torcidas e direcionou uma crítica específica à cultura sul-americana, que abre espaço para certas manifestações racistas tanto dentro quanto fora dos estádios.
- Em vários jogos com a seleção, escutamos muitas coisas (cânticos rascistas). Já na Europa, estão colocando vários regulamentos que forçam multas. Mas, aqui, nossa cultura da América do Sul ainda está devendo - considerou.
Fonte: Sportv.com