A vitória sobre o Coritiba nesse domingo não freou a intenção do Vasco de buscar explicações da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro para o episódio da última sexta-feira. Na ocasião, depois de conseguir a aprovação da Fifa para inscrever Santiago Montoya e receber toda a documentação da Associação do Futebol Argentino e do All Boys (ex-time do colombiano), o clube não conseguiu finalizar a operação na Ferj e ficou sem o jogador em sua delegação em Curitiba. A diretoria pretende se reunir com os dirigentes da federação e entender qual problema adiou mais uma vez a estreia do estrangeiro.
Após a vitória por 1 a 0 sobre o Coritiba, o presidente Roberto Dinamite deu entrevista à Rádio Globo e misturou um tom de conciliação e de questionamento ao lembrar o episódio. O corpo jurídico do Vasco questiona a cobrança da Ferj do visto de trabalho para regularizar o jogador. Montoya já tem o Registro Nacional de Estrangeiros, que é expedido pela Polícia Federal, e outro documento da Delegacia Regional de Trabalho, que o Ministério do Trabalho emite.
Por ser colombiano, o jogador conta com os benefícios de associado do Mercosul (o país entrou em 2004) e do acordo sobre residência para nacionais dos estados partes do Mercosul, Bolívia e Chile. Os dirigentes da CBF, que tratam da regularização de atletas, permitiram a regularização de Montoya com esses documentos, mas a Ferj, não.
- Minha posição a respeito desse assunto é muito clara: vamos falar diretamente com o presidente da federação (Rubens Lopes). Espero estar com ele para saber o porquê da não regularização do jogador. Superamos os problemas que tivemos lá atrás, a Fifa nos autorizou, o jogador já estava em condições de ser inscrito na sexta, e só dependia da Ferj. Tentamos fazer contato, mas não conseguimos. Nem com o presidente, nem com o vice-presidente - lamentou Dinamite, que garante ter procurado os dirigentes da Ferj a partir das 15h da última sexta-feira, quatro horas antes do fim do expediente na federação.
O diretor geral do Vasco, Cristiano Koehler, disse que espera resolver o assunto Montoya nesta segunda-feira. O jogador deve ter condições de jogo, quase dois meses depois de chegar ao Vasco, para a partida de quarta-feira na Vila Belmiro, contra o Santos.
- Vamos buscar uma reunião com a Ferj para saber o que aconteceu - disse Koehler.
Por enquanto o Vasco não vai emitir qualquer comunicado oficial, nem vai adotar postura de enfrentamento mais firme contra a Ferj, mas acumula reclamações e vai aguardar que a nova conversa apare os últimos problemas dessa conflituosa relação.
- Se erramos, queremos saber onde erramos. A informação que nos foi passada era que só dependia da Ferj. Por isso queremos saber, queremos um esclarecimento. Não quero pré-julgar, nem fazer qualquer colocação que venha a atrapalhar qualquer tipo de relação, mas a instituição Vasco da Gama merece ser tratada com respeito. É isso que vou buscar com o presidente da Ferj. Vamos esclarecer por que o jogador não foi regularizado. Pelo que a parte jurídica (do Vasco) me passou, o clube cumpriu tudo, e o jogador estava apto para atuar. Mas infelizmente não aconteceu - disse Dinamite, que espera a solução do problema nessa segunda-feira.