Se Paulo Autuori fosse um clube neste Campeonato Brasileiro, o técnico estaria hoje abaixo do São Paulo na tabela de classificação. Com oito pontos (duas vitórias, dois empates e seis derrotas somando sua passagem pelo Vasco), o treinador faz campanha de rebaixado e ainda não sabe o que é vencer pelo clube do Morumbi, que soma nove pontos e busca a recuperação.
Neste domingo, contra a Portuguesa, no Canindé (com transmissão em tempo real pelo LANCE!Net), Autuori tenta sua primeira vitória à frente do São Paulo no Nacional. Antes do comandante chegar, a equipe tinha aproveitamento de 53,3% com Ney Franco (duas vitórias, dois empates e uma derrota), que conquistou oito dos nove pontos da equipe.
Apesar do momento do Tricolor no torneio e do risco de rebaixamento, o técnico são-paulino prefere ainda deixar a tabela em segundo plano. Ele concentra seus esforços em fazer a equipe jogar um bom futebol.
– Não estou preocupado com a tabela, estou preocupado com a equipe. A tabela demonstra apenas o que estamos fazendo. Se fizermos bem feito o que temos de fazer, isso vai ser refletido na tabela – disse o treinador, em entrevista coletiva na manhã de ontem, após o treino no CT da Barra Funda.
Ao contrário de sua primeira passagem pelo Morumbi, em 2005, quando conseguiu seis vitórias e dois empates nos dez primeiros jogos, Autuori chega ao duelo diante da Lusa - seu décimo nesta passagem - com uma sequência muito ruim: sete derrotas, um empate e somente uma vitória.
Para deixar no passado a má fase, o treinador confia no astral do grupo, renovado após a excursão por Alemanha, Portugal e Japão. Na visão dele, o ambiente atual é o melhor desde que chegou ao clube, encontrou um elenco fragilizado e afastou Lúcio por indisciplina. Sem vencer há dois meses no Brasileiro (última vitória foi contra o Atlético-MG, no último dia 5 de junho, quando ainda comandava o Vasco), Autuori conta ainda com o retorno de Luis Fabiano, artilheiro do Tricolor no ano com 17 gols.
Confira um bate-bola com Paulo Autuori, em entrevista coletiva neste sábado:
Como volta a equipe após essa longa excursão pelo exterior?
O pessoal chegou na sexta, dormiram pouco. O objetivo é ter um balanço na equipe, por isso alguns voltaram antes e ficaram treinando aqui. Mas o que eu posso garantir é que hoje, desde que estou aqui, é o melhor momento em termos de ambiente nosso. Acho que isso a viagem exigiu uma coisa que vai ser muito importante para nós sairmos dessa situação, que é o sacrifício. O comportamento foi exemplar, sem reclamações. Acho que isso será a base da superação. Estamos confiantes de poder sair das palavras e entrar na prática.
É melhor ter um jogo agora, para já tentar sair dessa situação ou é ruim pelo desgaste físico do time?
Bom não é em nenhuma circunstância. Chegamos sexta de viagem, uma viagem muito desgastante, fuso, vamos ter de ir na superação. Em nenhuma circunstância seria positivo. Mas é a realidade, não há mais tempo para lamentações.
O Ganso foi bem contra o Kashima. Pretende escalá-lo ao lado de Jadson a partir de agora?
Acho que podem jogar juntos. Não vou dizer que seja agora, mas acho que é possível. As análises que se fazem quando eles jogaram juntos deveriam ser pensadas ou feitas em cima da fragilidade defensiva do time, mas a defesa não estava bem por causa deles. Hoje melhoramos muito o sistema defensivo, mesmo sem treinar. No futuro é isso que quero, não posso falar que será amanhã (hoje), estaria mentindo, mas é o que quero para o futuro.
Após a excursão, é hora de voltar a realidade do Brasileirão?
Acho que tudo é realidade, não deixamos de encarar o que aconteceu. Era uma coisa programada e essa viagem seria o que foi. A reação que a gente vai ter ela também é uma incógnita no aspecto físico.
Fonte: Lancenet