Em mais um capítulo da relação Vasco e Ferj, Montoya e o time saíram perdendo. O jogador colombiano está fora da partida de domingo contra o Coritiba, no domingo. Apesar de a solução para o impasse ter sido referendada pela Fifa nesta sexta-feira, o nome do colombiano não apareceu no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF. O impasse se deu por conta de exigência da federação de futebol do Rio pela cópia do visto de trabalho do jogador estrangeiro no contrato. Porém, o Vasco alega que dois documentos expedidos por órgãos federais substituem a pendência exigida pela Ferj. O clube ainda luta para conseguir a inscrição, mesmo com o expediente encerrado da federação.
No registro do contrato do jogador na Ferj, ainda há três pendências: "transferência da Federação Colombiana, passaporte e diário oficial". O diretor jurídico do Vasco, Gustavo Pinheiro, disse que o clube já enviou a cópia do passaporte uma série de vezes para a Ferj e que dois documentos dispensam o visto de trabalho, como pede a federação.
- O Montoya já tem o Registro Nacional de Estrangeiros, que é expedido pela Polícia Federal e só é permitido para quem não é turista. Ou seja, para quem tem condição legal de trabalhar. E ainda tem carteira de trabalho, que é retirada pela Delegacia Regional de Trabalho, do Ministério do Trabalho, que também mostra que o atleta tem condição legal no Brasil. Não há nada que impeça o jogador de ser regularizado - disse, frustrado, o dirigente do Vasco, que ainda acredita numa reviravolta para o jogo de domingo.
- Estamos tentando falar com a Ferj, mas não conseguimos contato com ninguém. Telefones desligados, não conseguimos falar com o presidente. Está difícil, mas temos até meia-noite para resolver. Mesmo com a Ferj fechada. Queremos somente que um funcionário entre no sistema e faça a inscrição do jogador.
Segundo Pinheiro, desde às 16h, em mãos com a documentação da Argentina, liberada pela AFA (a FERJ cobra erroneamente a transferência da Federação Colombiana), o clube tenta convencer a federação de que não há empecilho para a regularização do jogador. O assunto dominou os bastidores de São Januário nesta sexta-feira. Havia a expectativa de que, após 53 dias desde a sua apresentação em São Januário, Montoya tivesse a situação resolvida. Caso não consiga uma exceção no funcionamento da Ferj, a liberação para a estreia ficou para segunda-feira, para ele poder pegar o Santos, na quarta-feira.
A novela interminável começou pela demora no pagamento. Somente no dia 17 de julho é que os cerca de R$ 3 milhões foram depositados na conta do All Boys, da Argentina, depois de o clube ter de mudar de investidores. Até uma semana antes deste período, porém, o jogador ainda tirava seu visto de trabalho e, sem tanta pressa, acertava o restante da burocracia. O problema virou um drama quando os dirigentes hermanos cometeram um erro e bloquearam o acesso de sua senha no sistema de transferências internacionais da Fifa.
Como era a data-limite, o caso teve de ser submetido à entidade máxima do futebol, que levou dez dias para fornecer seu parecer ao receber os documentos do Vasco que comprovavam sua isenção de culpa. O clube chegou a contratar o escritório do advogado Marcos Motta, especializado em direito esportivo, para auxiliar no procedimento.
Muito habilidoso com a perna esquerda, Montoya, de 21 anos, vem sendo assediado pelos torcedores a cada oportunidade. Na última quinta, esteve no estádio para assistir ao empate com Ponte Preta e mostrou ansiedade e esperança de que sua situação seria resolvida.
Fonte: GloboEsporte.com