O Vasco alcançou o status de "queridinho" dos lutadores estrangeiros nas edições do UFC no Rio de Janeiro. Seja por simpatia ou forma de conquistar parte da torcida brasileira, o fato é que pelo menos três atletas da principal franquia de MMA do mundo já apareceram em fotos e eventos da competição com bandeiras ou camisas do Cruzmaltino. O clube vê com bons olhos a divulgação da marca, mas adia a entrada no esporte por conta da necessária reestruturação financeira.
Campeão dos meio pesados, Jon Jones foi o primeiro a mostrar identificação com a agremiação. No primeiro UFC Rio, ele recebeu camisa e bandeira do departamento de marketing vascaíno. No UFC Rio 2, Chad Mendes foi derrotado pelo campeão dos penas José Aldo, mas posou com a camisa cruzmaltina. Por último, Bristol Marunde e sua equipe trajaram o uniforme na pesagem do UFC Rio 4. O lutador acabou derrotado pelo brasileiro Viscardi Andrade no combate que abriu o card, no último sábado, na HSBC Arena.
A simpatia dos atletas pelo Vasco é bem vista pela diretoria. A cúpula diz acreditar que a exposição é positiva, embora não exista qualquer contrato ou ganhos comprovados para a imagem cruzmaltina. Apoiar algum lutador não é possibilidade descartada, porém, a reestruturação financeira é prioridade antes de qualquer passo no esporte.
"O clube não pensa na situação hoje. Não temos caixa para isso. Nosso foco está no futebol e no fim dos problemas financeiros. Temos algumas questões deficitárias. É lógico que esses lutadores utilizam a camisa por conta própria e são presenteados muitas vezes. É sempre importante. Ainda vejo com dificuldade a percepção fora do Brasil. Mas, mesmo assim, é lógico que coloca o clube em evidência", afirmou o diretor geral do Vasco, Cristiano Koehler.
As parcerias entre clubes e lutadores tornaram-se comuns nos últimos anos. As principais envolveram José Aldo e Anderson Silva com Flamengo e Corinthians, respectivamente. Ambas terminaram por conta do desejo dos responsáveis pelas carreiras dos atletas em atingir uma legião maior de fãs e evitar possíveis rejeições.
Junior "Cigano" dos Santos, ex-campeão dos pesados, segue com contrato junto ao Corinthians em um acordo aparentemente bem sucedido para ambas as partes. Outra possível vertente envolve os patrocínios pontuais. Minotauro usou durante dois combates o apoio do Inter, enquanto Paulo Thiago adotou o Cruzeiro por uma luta.
O Vasco também não descarta adequações, mas deixa claro que precisa de um projeto bem amarrado para uma entrada definitiva no MMA. "Existem leis de incentivo ao esporte e patrocinadores que podem mostrar interesse nessa linha. Não teríamos problema caso aparecesse um projeto pronto e até com o patrocínio veiculado. Tudo sem que o clube precisasse gastar mais do que o pré-estabelecido e tenha retorno. As portas não estão definitivamente fechadas, mas é algo que só poderia acontecer no futuro", encerrou Cristiano Koehler.