Fagner fala da família, passagem pela Alemanha e admite jogar no meio-campo

Sábado, 03/08/2013 - 18:34

Fágner perdeu as contas das tatuagens que fez. Mas a sua história no Vasco chegou a um número que ele não esquece: 150. É a quantidade de jogos que o lateral-direito de 24 anos completou pelo clube na última partida, com o Goiás, na quinta-feira. Pela marca alcançada, ganhará da diretoria uma camisa comemorativa com os três dígitos às costas. A gratidão que diz sentir em relação à aprovação da torcida ao seu nome, no entanto, é impossível de ser medida e abre um sorriso de menino no rosto de um jogador amadurecido após temporada na Europa.

A marca do renascimento do Vasco poderia estar em seu corpo em forma de tatuagem. Só que a vida escreveu outra história para simbolizar um novo tempo para ele e para o clube. Depois de ajudar o time a sair da Série B, em 2009, Fágner viu nascer seu primeiro filho, Henrique, em março do no ano seguinte. Tinha apenas 21 anos e não imaginava ser pai, assim como jamais pensou em alcançar marca tão expressiva em um grande clube como o Vasco.

— Para ser sincero, não esperava isso, de chegar a 150 jogos. É uma marca muito importante, sem dúvida. Ainda mais no Vasco da Gama. Agora, eu quero poder trabalhar para poder alcançar marcas ainda maiores — disse o jogador.

Em sua segunda passagem por São Januário, Fágner entrou em campo apenas uma vez, contra o Goiás. Jogou 16 minutos. Dessa forma, o clássico com o Botafogo poderá ser considerado a verdadeira estreia do jogador. Emprestado até dezembro pelo Wolfsburg, da Alemanha, com o qual tem contrato até 2016, o lateral-direito tem a esperança de ficar mais tempo no Vasco. Como forma de prorrogação de contrato e carreira, aceita, inclusive, ser deslocado para o meio campo, como deseja o técnico Dorival Júnior.

— Fágner está chegando, e está praticamente finalizando uma pré-temporada. Mas é um jogador que eu penso, sim, para o meio campo. Até porque eu já trabalhei com com ele nessa posição durante os treinos — afirmou o técnico Dorival Júnior.

Fágner concorda:

— Sem dúvida. Se o Dorival está falando, é porque ele acredita em mim. O mais importante é ter a confiança do treinador. E eu só posso retribuir dando o máximo sempre que entrar em campo.

Com a vaga na lateral direita ocupada por Nei, Fágner espera pela vez, que poderá ser hoje. Caso contrário, vira opção para mais de uma posição. A paciência foi cultivada na Alemanha, onde teve boas críticas, figurou nas seleções das rodadas da Bundesliga algumas vezes e ficou no banco de reservas em outras. A experiência, segundo ele, foi positiva.

— Conheci outros treinadores, estratégia, treinamentos e maneiras de pensar. Voltei com outra visão do futebol.

Em sua segunda temporada na Europa (defendeu o PSV Eindhoven em 2007/2008), Fágner, virou cidadão do mundo sem esquecer as raízes do Brasil. Sozinhos em um país de cultura diferente, ele, a mulher e o filho aprenderam a importância da valorização da família.

— Tento dar um exemplo, fazer coisas boas e transmitir uma imagem certa para o meu filho e para os torcedores. Todo ser humano está sujeito ao erro, mas eu procuro fazer o que é certo — disse o jogador, consciente de que foi a família o principal motivo para a volta:

— Nós queríamos, sim. E o Vasco abriu as portas para mim mais uma vez. Voltei mais maduro, porque aconteceram muitas coisas, e eu aprendi bastante. Amadureci muito. Hoje, sou um Fágner diferente.

Em uma rápida passagem pelo Brasil antes de acertar com o Vasco, Fágner fez mais uma tatuagem. Sem esquecer o sonho de ser convocado para a seleção e ser campeão brasileiro, o jogador vai contando os jogos. Já a quantidade de desenhos na pele...

— Perdi a conta.



Fonte: O Globo online