Você conhece o Jomar? Sim, é com “o” mesmo. Sem confusão com Jumar, aquele volante que saiu do Vasco no ano passado. Ainda bastante desconhecido, o zagueiro causou a expulsão de Fred no clássico, teve uma atuação elogiada e, hoje, curte os louros da vitória. Mas, até chegar a esse momento, o garoto, de 20 anos, enfrentou uma caminhada com muitas pedras no caminho.
No domingo, no Maracanã, Jomar ficou por alguns longos minutos bem no centro dos holofotes e caiu nas graças da torcida vascaína. No dia a dia, porém, mistura-se à multidão. Deixa a comunidade em que mora até hoje, localizada na Pavuna, e enfrenta ônibus e metrô lotado diariamente para chegar aos treinos e jogos do time. Nada de carrão importado.
Na Colina, ele está desde 2010. Chegou após se destacar no Campeonato Carioca de juniores daquele ano, defendendo o Tigres. O técnico vascaíno da época, Galdino, brigou por sua contratação. Em pouco tempo, Jomar virou titular da base vascaína. E levou muitos puxões de orelha por querer usar mais a técnica do que o porte físico para se impor nas jogadas, segundo Galdino.
– Eu dizia: um negão desse tamanho tem que botar medo. Não pode jogar que nem moça (risos). Era difícil ele dar um tranco, mas agora cresceu nesse ponto – lembra.
Em 2011, Jomar ganhou as primeiras chances no time principal, em um time misto, por conta das disputas simultâneas da Copa do Brasil e do Brasileiro. Foi bem diante do Ceará, mas depois participou da goleada sofrida para o Coritiba.
No mesmo ano em que buscava um lugar ao sol, porém, Jomar viveu uma situação delicada na vida pessoal.
– A mãe dele, que sempre ia assistir seus jogos com toda a família, passou por um câncer. Eles venceram. Jomar é lutador e do bem – revela Galdino.
De 2011 pra cá, Jomar treinou separadamente e foi até emprestado. Não estava nos planos. Mas há três meses, após passar pelo São Bento, voltou ao Vasco, mesmo sem saber se teria chances. Mas teve. E no susto. Com Renato Silva doente, soube que enfrentaria o Fluminense horas antes do jogo. Bom, o restante da história, os vascaínos conhecem. E gostam de lembrar!
Fonte: Lancenet