FORÇA JOVEM 1977: VASCO X FLAMENGO É GUERRA
Revólver, faca, gilete.
Cenas de tamanha pancadaria não chegam a ser comuns nos campos de futebol do Brasil, mas a violência costuma aumentar nessa época do ano, quando os Campeonatos regionais vão chegando ao final.
Por isso, há cada vez mais polícia assistindo o jogo de futebol no País.
Afinal desde a década de 1940, quando o Uruguaio Ondino Vieira, definiu os campeonatos regionais brasileiros como autênticas guerras, jogadores e torcedores vêm mantendo elevado o índice de violência nos Estádios.
No último Vasco X Flamengo, na quarta feira passada, no Rio de Janeiro, a Polícia aprendeu dois revolveres e mais de 300 armas brancas, de facas a giletes, na prática revista as portas do Maracanã.
Por mais numeroso que seja o policiamento, porém, é impossível uma fiscalização completa nos dias de grandes jogos.
“Se a gente parar cada torcedor para uma revista, o jogo começa no dia seguinte”, explica um Tenente da Polícia Militar do Rio.
Além disso, a fiscalização a porta do Estádio é apenas um dos detalhes do trabalho da Polícia.
O ideal, acreditam alguns policiais Cariocas, seria proibir a venda de bebidas alcoólicas dentro do Estádio.
Ely, Chefe da Força Jovem, acha que não adiantaria.
“É que o torcedor já chega ao Estádio mamado”, comenta.
As Torcidas Organizadas, cujos gritos, coros e bandeiras costumam agitar os Estádios, nem sempre são as mais agressivas, pois costumam operar em acordo com a Polícia, que lhes reserva lugar na arquibancada e oferece proteção.
No Rio, a administração do Maracanã, mantem uma Sala, sob as arquibancadas, exclusivamente para as Torcidas guardarem suas faixas e bandeiras. Ultimamente, contudo o pessoal da segurança do Estádio notou que muitas Torcidas, trocaram a vara de bambu que sustenta as bandeiras por bastão, que pode se tornar uma arma bastante perigosa.