Ele foi considerado o homem de confiança de Abel Braga na equipe do Flamengo, campeã carioca de 2004. Da Silva era o responsável pela contenção na intermediária, enquanto os jogadores de ataque criavam oportunidades lá na frente. E criavam mesmo. O time tinha, na perna esquerda de Felipe, a certeza de belas e desconcertantes jogadas. Os avanços de Ibson como elemento surpresa configuravam um desafago, e eram frequentemente convertidos em gols. Para alegria da nação e desespero dos rivais. Da Silva conheceu o auge da carreira no rubro-negro, e admite isso ao enaltecer os companheiros daquele time.
- O Abel Braga foi o melhor técnico com quem já trabalhei. Ele entendia o lado do jogador e não deixava a diretoria influenciar no seu trabalho. O Junior Baiano e o Ibson também eram ótimos. Jogadores que valorizavam o grupo - lembrou.
Marcador implacável, com fôlego de carrapato, Da Silva revelou o segredo para conter o ímpeto de meias e atacantes habilidosos. Ele também elegeu o adversário mais difícil de marcar, em 10 anos de carreira.
- A gente estudava bastante o adversário antes dos jogos. Aí quando chegava a hora da partida, ficava mais fácil. O Alex, meia que hoje está no Coritiba, é muito inteligente e habilidoso. Complica qualquer marcador - contou.
O ex-volante lamenta não ter conquistado a Copa do Brasil, na fatídica final contra o Santo André. Na ocasião, mais de 70 mil pessoas estavam presentes no Maracanã, prontas para soltar o grito de campeão. A taça, no entanto, foi parar no ABC Paulista. A hipótese de "já ganhou", afastada na época da derrota, é a única explicação de Da Silva para o revés.
- O grande erro foi ter achado que o título já era nosso antes de entrar em campo. Futebol é onze contra onze e o jogo só acaba quando o juiz apita - sentenciou, utilizando uma das máximas do esporte.
Trajetória
Da Silva passou a ser conhecido no cenário carioca em 2003, quando jogou no Vasco da Gama. O desempenho do atleta logo chamou a atenção do rival Flamengo, que o trouxe no ano seguinte para compor o meio campo. A boa fase na Gávea rendeu uma transferência para o futebol coreano. Lá, o jogador vestiu a camisa de outro rubro-negro, o FC Seoul. Ele ficou por um ano no time e voltou em 2006 para o Brasil. O destino desta vez foi a Ponte Preta, equipe conhecida por ter uma faixa transversal na camisa principal.
Sobre o fim da trajetória nos campos, o ex-volante afastou a possibilidade de continuar no futebol, fora das quatro linhas como treinador.
- Com 36 anos, como vou correr atrás do Neymar com 21? Agora quero sossego, pretendo ficar em Três Rios e curtir a minha aposentadoria - comentou.
Fonte: GloboEsporte.com