Juninho volta ao Maracanã, palco que ajudou a formar sua idolatria no Vasco

Aos 38 anos, Juninho conquistou títulos no Brasil e no exterior, atuou pela seleção brasileira, mas admite que um pensamento passava pela sua cabeça sempre que ponderava sobre o fim da carreira: não jogar no Maracanã novamente. O Reizinho viveu grandes momentos no estádio com a camisa do Vasco, e graças ao retorno ao clube - algo que considerava pouco provável quando estava no New York RB, dos Estados Unidos, há algumas semanas - poderá viver esse encontro intensamente neste domingo, no clássico contra o Fluminense, às 18h30m, pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro.

O jogo marca também sua reestreia pelo time da Colina. A segunda. A relação de Juninho com o clube, no entanto, parece ser eterna, inabalável. Tanto que mesmo depois das divergências que marcaram sua saída no final do ano passado, o retorno foi acertado rapidamente. Um dos principais momentos do meia com a camisa cruz-maltina no Maracanã foi exatamente o seu último jogo no estádio pelo Vasco, em 2001, antes da transferência para o Lyon. No dia 18 de janeiro, ele marcou um dos gols na vitória por 3 a 1 sobre o São Caetano, em partida adiada da decisão da Copa João Havelange do ano anterior. Ao abrir o placar, se emocionou, e nos braços de Romário ouviu os gritos da arquibancada: "Fica! Fica!" ( veja vídeo com os gols ).

- Meu último jogo no Maracanã pelo Vasco tem recordação bem positiva, na final da Copa João Havelange. Uma das coisas que pensei antes de parar era jogar no novo Maracanã - disse o jogador, durante sua apresentação.

Juninho não ficou, mas sua majestade com a torcida vascaína já estava mais do que consolidada. E o Maracanã é testemunha de vários episódios dessa história de amor. Como no gol marcado nos 3 a 1 contra o Santos, na primeira partida da final do torneio Rio-São Paulo de 1999, que ajudou a contruir a vantagem fundamental para a conquista do título no duelo de volta, em São Paulo ( veja vídeo com os gols ).

O gol veio em bela cobrança de falta, arma que virou marca registrada do Reizinho. Um tiro seco, venenoso, que não deixa a menor chance para o goleiro. Tanto que chegou a ser considerado o melhor cobrador de falta do mundo pelo físico inglês Dr. Ken Bray, da Universidade de Bath, na Inglaterra, que citou o jogador no livro “How to Score: Science and Beautiful Game” ("Como Marcar: Ciência e Jogo Bonito”, em português), de 2009. O poderoso arsenal de Juninho fez sofrer também o rival do clássico deste domingo. Em 2000, pela Copa João Havelange, uma cobrança milimétrica, no ângulo, colaborou para a virada por 4 a 3 sobre o Fluminense, então líder da competição ( veja vídeo com os gols ).

Neste domingo, Juninho volta ao Maracanã. Uma satisfação para o ídolo cruz-maltino, a cereja do bolo em uma carreira de sucesso. Para a torcida vascaína, fica a expectativa de que ele possa recriar alguns desses momentos inesquecíveis para escrever mais um capítulo de sua história no estádio.