Nem tão novo assim. O sentimento de novidade em relação ao Maracanã se limitará ao imponente e agora moderno estádio e à disposição das torcidas no local, que será reaberto para os clubes neste domingo, às 18h30m, no duelo entre Fluminense e Vasco, pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro. Em campo, no perfeito gramado do reformado palco, alguns rostos antigos é que darão as cartas no clássico. Em má fase no nacional, tricolores e vascaínos apostam nos veteranos Deco e Juninho Pernambucano para se reabilitarem e tomarem novos rumos em direção ao topo da tabela, algo distante para ambos no momento.
Vindo de três derrotas seguidas, o Fluminense caiu para a 11ª colocação, com nove pontos. Precisando mudar, Abel Braga resolveu apostar na categoria de Deco, que há quatro meses não inicia um jogo como titular. O reencontro será, curiosamente, contra o adversário de sua estreia há três anos, no mesmo palco, no empate por 2 a 2. Naquela partida, Juninho Pernambucano estava longe do Vasco. Voltou apenas um ano depois, saiu e, agora, retorna para provavelmente encerrar a carreira no fim da temporada, algo que também deverá ocorrer com Deco. Será titular em sua terceira estreia pelo clube e é a principal esperança para dar um toque de qualidade ao meio-campo. O time tem sete pontos e está na zona do rebaixamento.
O SporTV transmite a partida para todo o Brasil, menos para o estado do Rio de Janeiro. O jogo será exibido para todo o país pelo PremiereFC, em sistema pay-per-view, e acompanhado em Tempo Real pelo GLOBOESPORTE.COM com vídeos exclusivos.
AS ESCALAÇÕES
Fluminense: o técnico Abel Braga abriu mão do mistério e já confirmou a equipe que vai a campo no clássico. Em relação ao último jogo, apenas uma mudança: a entrada de Deco no lugar de Rhayner. Assim, o Fluminense irá a campo com Diego Cavalieri, Bruno, Gum, Digão e Carlinhos; Edinho, Jean, Deco e Wagner; Rafael Sobis e Fred.
Vasco: com a volta de Juninho, Dorival Junior espera melhorar a articulação entre defesa, meio de campo e ataque. O jogador vai atuar como último homem de meio de campo, sem cumprir grandes obrigações defensivas. Na lateral esquerda entra Henrique, de 19 anos, que foi alçado ao profissional nesta semana. O time deve ser Diogo Silva, Nei, Renato Silva, Rafael Vaz, Henrique; Sandro Silva, Wendel, Pedro Ken e Juninho; Eder Luis e André.
QUEM ESTÁ FORA
Fluminense: o atacante Michael está cumprindo suspensão enquanto aguarda julgamento pelo caso de doping. Além dele, Abel também não poderá contar com o volante Valencia, que sofreu novo estiramento na panturrilha direita.
Vasco : o meia Bernardo segue em recuperação de operação no joelho. Rodolfo, que passou pela mesma cirurgia, está em fase final de tratamento. Outro zagueiro, Luan sentiu estiramento na coxa e também fica fora da equipe. Montoya não teve a situação regularizada e está fora.
PENDURADOS
Fluminense: Diguinho e Edinho.
Vasco: Alisson, Elsinho, Luan e Sandro Silva.
O ÁRBITRO
Marcelo de Lima Henrique (RJ) apita a partida, auxiliado por Dibert Pedrosa (RJ) e Luiz Antonio Muniz de Oliveira (RJ). O árbitro participou de duas partidas neste Brasileiro: Vitória 3 x 2 Internacional e Santos 1 x 1 Grêmio. Ele tem média de 5,5 cartões amarelos aplicados e ainda não puxou o cartão vermelho. Marcelo de Lima Henrique tem média de 26 faltas assinaladas por confronto e já aplicou um pênalti. O campeonato tem média de 4,2 amarelos, 0,2 vermelho, 33,4 faltas e 0,2 pênalti por partida.
ESTATÍSTICAS
Fluminense: dos seus 11 gols marcados, dois foram de pênalti e um de falta. Dos oito marcados com a bola em disputa, seis nasceram em jogadas aéreas. É significativo. E é uma fraqueza da defesa do Vasco. Uma nova oportunidade para Rafael Sóbis, que ergueu quatro dessas seis bolas que resultaram em gols. Sexto ataque que mais fez gols, é também o quinto que mais conseguiu finalizar (100). Se é apenas o 11º colocado na classificação, se deve por serem pouco eficazes essas tantas finalizações (11% viraram gols, apenas a nona melhor eficiência). Ao mesmo tempo, sua defesa está muito vulnerável. É a sétima equipe que mais gols sofreu (dez), apesar de ser a segunda que menos finalizações permitiu aos adversários (62). Esses números aparentemente baixos escondem uma realidade cruel: apenas o Atlético-PR tem um desempenho pior que o Flu no quesito finalizações do adversário que terminam em gol (16,1%). E logo a seguir vem o Vasco (14,5%).
Vasco: dos 14 gols que sofreu (um de pênalti, dois após rebatidas), o Vasco levou sete em jogadas aéreas. Até o início da rodada, é o segundo time que mais sofreu gols dessa maneira (só o Náutico é pior). E essa é uma especialidade do Fluminense, o que faz esperar uma marcação reforçada sobre Rafael Sóbis. O ataque vascaíno é o que menos finalizações certas fez até aqui (20). Como os 90 minutos de um clássico constituem praticamente um universo paralelo, vale lembrar que na história do Campeonato Brasileiro, esse confronto teve 20 empates, 14 vitórias do Vasco e 14 vitórias do Fluminense, com 59 gols cruz-maltinos e 58 gols tricolores. Nos últimos três jogos, o Vasco venceu dois, e nos últimos sete, venceu três e houve dois empates.
NA HISTÓRIA
A arrancada do Fluminense na reta final do Campeonato Brasileiro de 2002 contou com vitória emocionante diante do Vasco, por 2 a 1. A partida, ocorrida no dia 31 de outubro, uma quinta-feira à noite, foi decidida pelo meia Beto, que na época defendia o Tricolor, em cobrança de falta com violência no fim da partida. Àquela altura, o Tricolor jogava com um a menos, pois o volante Fabinho havia sido expulso. O Flu abriu o placar com gol do zagueiro César, mas o atacante Valdir, pouco depois, deixou tudo igual. No gol decisivo de Beto, vale reparar no meia Yan, que ameaça cobrar a falta e engana a barreira.
Fonte: GloboEsporte.com