A diretoria do Vasco alimentou ainda mais a polêmica para o clássico deste domingo diante do Fluminense. Inconformada pelo fato de seus torcedores serem obrigados a ficar ao lado esquerdo das cabines de rádio, os dirigentes divulgaram nota oficial na qual afirmam estarem abrindo mão dos 50% da carga de ingressos. Desta forma, o Cruz-Maltino diz que ficará somente com 10% da cota destinada aos visitantes. Assim, reduz a renda do mandante - no caso, o Tricolor.
Com os ingressos já à venda, inclusive pela internet, onde não há controle do clube, e o Maracanã separado meio a meio pelo consórcio que o administra, o Vasco afirma que interromperá suas vendas após atingir quatro mil bilhetes vendidos e deixará um imenso clarão no local. A Federação de Futebol do Rio de Janeiro confirmou o recebimento do ofício cruz-maltino e o encaminhou para a CBF. Ao GLOBOESPORTE.COM, Manuel Barbosa, vice de patrimônio do clube, explicou a decisão.
- Ficamos quatro horas na reunião um dia na federação e cinco horas na reunião no outro dia, mas não serviu para nada. O Fluminense não quis abrir mão de nada. Nós só queríamos que nesse jogo o Vasco ocupasse o lado que sempre ocupou, e nos demais seria como o Fluminense assinou no contrato no consórcio. Como isso não foi feito, nós enviamos um documento à federação, ao consórcio e ao Fluminense avisando que só vamos querer 10% dos ingressos. Dos 21.500 ingressos dos setores do Vasco, nós vamos ficar só com 4 mil. O restante vai ficar vazio - calculou o dirigente.
A opção, no entanto, não foi passada a quem atualiza o site oficial, que publicou uma nota informando a seus torcedores que a comercialização continua nesta sexta, nas bilheterias de São Januário.
O fato abre brecha para que o Vasco, no segundo turno do Brasileirão, tente mandar o clássico diante do Fluminense em São Januário. O estádio é vetado pela Polícia Militar para jogos em que há divisão de 50% para cada lado dos ingressos. Como será o mandante, o Cruz-Maltino poderá alegar que terá 90% do público, destinando apenas 10% aos tricolores. A diretoria tricolor preferiu não se pronunciar por não ter recebido o ofício vascaíno.
A irritação da diretoria vascaína se dá pelo fato de seus torcedores tradicionalmente ficarem à direita das cabines de rádio no Maracanã. No entanto, com o estádio entregue à iniciativa privada, o Fluminense assinou contrato com o consórcio que administra o palco e assegurou o direito de sempre ficar do antigo lado vascaíno. O Tricolor pretende realizar ações comerciais naquele setor e não abre mão dele em nenhum jogo.
Leia na íntegra a nota oficial do Vasco:
Informamos que apesar dos esforços da Diretoria, não foi possível estabelecer um acordo com o Fluminense Football Club acerca da divisão e localização dos torcedores do Vasco para o jogo deste domingo. Assim sendo, deverá ser observada a regra geral do Regulamento Geral das Competições da CBF.
Da mesma forma, por ocasião da realização do jogo de volta com mando do Vasco, adotaremos os procedimentos que entendermos adequados na acomodação do visitante.
Fonte: GloboEsporte.com