A guerra entre Vasco e Fluminense continua nos bastidores por conta da inversão do posicionamento das torcidas no Maracanã. Além da campanha aberta para que os torcedores não compareçam ao estádio no próximo domingo, às 18h30, em partida válida pela 8ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Cruzmaltino protocolou na Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) um ofício no qual se recusa a dividir a carga de ingressos com o Tricolor das Laranjeiras.
O documento assinado pelo presidente Roberto Dinamite foi entregue no final da manhã desta quinta-feira. Nele, consta a posição oficial do Vasco sobre o clássico. O clube solicita apenas 10% da carga para exercer o direito total de mandante no confronto pelo 2º turno, dia 9 de outubro. A ideia dos dirigentes é levar o clássico para Brasília e lucrar com a renda integral.
Desta forma, o Fluminense será detentor da renda no duelo do próximo domingo e também vai arcar com as despesas para a realização da partida no Maracanã - apenas taxas da Ferj e Imposto Sobre Serviço, o restante é bancado pelo consórcio que administra a arena.
São 60 mil ingressos colocados à venda para o confronto. A cota de 6 mil (10% para o visitante) é a desejada pelo Vasco. Até a última quarta-feira, os cruzmaltinos compraram apenas 35 bilhetes, o que fez os dirigentes confiarem no êxito da operação.
Além disso, o Cruzmaltino usa as palavras do presidente Roberto Dinamite e promove o boicote dos torcedores ao clássico. O pedido da diretoria é para que os vascaínos não compareçam ao jogo e protestem apenas do lado externo.
“Já consideramos a operação do clássico como 90% dos ingressos para o Fluminense e 10% para o Vasco. Protocolamos um documento oficial e que já foi passado para a CBF. Nossa torcida nem sequer vai comprar quatro mil ingressos. No segundo turno será dessa forma. O Vasco apenas cumpre o regulamento”, afirmou o vice-presidente de patrimônio do Vasco, Manuel Barbosa.
A Ferj, através de sua assessoria de imprensa, confirmou que recebeu o documento do Vasco, protocolou e enviou para a CBF, que dará a posição final sobre a partida do segundo turno. Porém, como o prazo até o jogo é curto, todo planejamento de segurança e venda de ingressos do clássico está mantido como se o duelo tivesse torcidas divididas.
Procurado pela reportagem, o diretor de competições da CBF, Virgílio Elíseo, se mostrou surpreso com a atitude do Vasco, mas considerou legítima a iniciativa. “Sinceramente, ainda não sei se isso é viável. É um caso inédito. Não lembro de pedirem essa troca na divisão em outra oportunidade. Vou esperar o ofício para ver que decisão tomar”, encerrou o dirigente.
Fonte: UOL