A reunião entre a FTORJ (Federação das Torcidas Organizadas do Rio de Janeiro) e o secretário de Esporte e Lazer, André Lazaroni, terminou com alguns pedidos ao Complexo Maracanã Entretenimento S/A. Apesar da permissão para o uso de bandeiras com mastro, instrumentos musicais e a chance de assistir o jogo em pé em alguns setores, representantes das organizadas pediram uma revisão no preço dos ingressos. O estádio reabrirá para clubes neste domingo, às 18h30, entre Fluminense e Vasco.
O setor mais barato para o clássico do clássico deste final de semana custa R$ 60 (inteira), atrás dos gols. Sócios torcedores das duas equipes pagam meia entrada. A área comercializada exclusivamente pelo consórcio, no centro do gramado, vai de R$ 100 a R$ 300 e somente estudantes pagam meia.
"A gente gostaria de cobrar a presença do Consórcio, que não veio à reunião, para pedir também um preço mais popular dos ingressos. E não falo isso pelas torcidas organizadas apenas, nós somos apaixonados, damos nosso jeito, mas sentimos pelo povo brasileiro. O salário mínimo é de pouco mais de R$ 600 e uma entrada custa quase 10% disso. Setores custando mais de R$ 100 e nenhuma alternativa para a população mais humilde, isso tem que mudar", disse o presidente da FTORJ, José Maria Filho.
O secretário de Esporte minimizou a ausência de representantes do consórcio no encontro, mas também defendeu preços mais acessíveis e lembrou que os times mandantes decidem os valores atrás dos gols.
"Acho que os torcedores têm poder político e de pressão para que alguns setores sejam mais baratos no novo Maracanã. Mesmo os integrantes das organizadas, muitos deles são sócios e votam. Todos querem modernidade e evolução, mas isso pode e deve ser discutido", disse André Lazaroni.
A venda informal de produtos das torcidas organizadas foi vetada pelo consórcio, assim como a entrada de caminhões no estacionamento do Maracanã. A decisão, segundo Lazaroni, não é definitiva e poderá ser alterada no futuro, após o estudo de alguns clássicos neste Campeonato Brasileiro.
"Não será permitida a venda de produtos das torcidas organizadas nesse primeiro momento, mas o consórcio disse que está aberto num futuro próximo. Acham que para os primeiros jogos é algo complicado e que a torcida terá que conquistar esse direito. Vamos intermediar essas conversas para ver o que é possível", finalizou Lazaroni.
A reforma para o Pan-Americano de 2007 acabou com a 'geral', setor que chegou a custar R$ 1 em algumas partidas e era a área mais acessível do estádio. As reformas iniciadas em 2010 no estádio aumentaram o número de entradas para seis. Antes, apenas quatro acessos recebiam os torcedores.
Fonte: UOL