A disputa entre os rivais Vasco e Flamengo pelo atacante Emerson Sheik ganhou mais um capítulo nos últimos dias. Além do leilão implantado na negociação pelos representantes do jogador, o Corinthians evita liberá-lo, mas já adota postura conciliadora em relação ao cruzmaltino. Por outro lado, a simpatia não é a mesma quando a iniciativa parte do lado da Gávea.
Emerson tem contrato com o Corinthians até dezembro e multa no valor de pouco mais de R$ 1 milhão. Além de ser ídolo, o clube do Parque São Jorge pretende que o atleta mantenha o vínculo por contar apenas com Romarinho, Pato e Guerrero no elenco. No entanto, o atacante deve expor em breve aos dirigentes a vontade de retornar ao Rio de Janeiro.
Neste aspecto, o Vasco leva vantagem nos bastidores. A diretoria cruzmaltina consultou o Corinthians antes de conversar com o atleta e Reinaldo Pitta, seu empresário. Inclusive, uma reunião na semana passada deixou os vascaínos bastante otimistas com a possibilidade. O clube paulista vê com bons olhos o procedimento adotado pelos pares de Roberto Dinamite e admite internamente conversar sobre a saída de Emerson para São Januário caso o mesmo manifeste a vontade.
Já com o Flamengo, o Corinthians apresentou certo incômodo. Os cartolas rubro-negros conversaram diretamente com o jogador e nem sequer consultaram o clube. Eles ofereceram salário de R$ 400 mil, contrato até 2015 e garantias de que o salário não irá atrasar. E o time que já teve Emerson em 2009 também está otimista.
Mas a postura do empresário Reinaldo Pitta é alvo de desconfiança no trio. Embora o leilão não seja admitido, o discurso de que tudo está bem encaminhado após reuniões com Vasco e Flamengo incomoda os participantes das conversas. Enquanto o Rubro-Negro tenta seduzir o atleta de forma direta, o cruzmaltino se apoia em uma espécie de “parceria” com o Corinthians.
Além da simpatia corintiana, o Vasco aposta em oferta semelhante a do Flamengo e usa os recentes acordos com a Caixa Econômica Federal (R$ 20 milhões) e com a Nissan (R$ 8 milhões) para honrar um possível compromisso.
Apesar do otimismo interno, o diretor geral do Vasco, Cristiano Koehler, disse que a contratação é difícil e procurou não se estender no tema. No Flamengo, os dirigentes admitem o interesse, mas também não entram em detalhes.
Procurado pela reportagem para comentar o caso, o diretor-adjunto de futebol do Corinthians, Duílio Monteiro Alves, também se esquivou de maiores questionamentos e apenas afirmou que ainda não recebeu propostas oficiais de nenhum dos times cariocas. O cartola paulista, porém, reconheceu que o atacante não é inegociável e admitiu uma composição financeira caso o atleta manifeste de forma real o desejo de deixar o clube.
Diante do leilão e do silêncio, e mesmo com uma preferência do Corinthians pela postura vascaína, uma resposta de Emerson só será conhecida após a final da Recopa Sul-Americana, na próxima quarta-feira, contra o São Paulo.