O clássico de domingo entre Flamengo e Vasco marca nova fase nas carreiras dos dirigentes Paulo Pelaipe e Ricardo Gomes. O primeiro sofreu duras críticas pela conduta adotada em um passado recente na Gávea e adotou a discrição como modelo de trabalho. Já o cruzmaltino experimenta a função há pouco mais de um mês e figura como o principal nome do departamento de futebol em São Januário.
Os rivais se enfrentam pela 7ª rodada do Campeonato Brasileiro às 18h30 e convivem com problemas financeiros. Os salários atrasados e a necessidade de reforços dominam as pautas dos cartolas. O desafio de melhorar o trabalho e as cobranças são fatos diários com que a dupla precisa lidar.
A semana de Ricardo Gomes foi movimentada nos bastidores. O clássico marca a reestreia do técnico Dorival Júnior após a tumultuada saída de Paulo Autuori. O diretor executivo precisou contornar as cobranças do treinador em relação aos pagamentos não cumpridos - o Vasco deve dois meses de salários - e foi até o limite para tentar viabilizar a sua permanência.
Com competência, Gomes agiu rápido e contratou Dorival em 24 horas. Além disso, viabilizou junto ao presidente Roberto Dinamite a volta de Juninho Pernambucano. Se a função como diretor técnico era apenas interna e com um número reduzido de aparições públicas, Ricardo convive agora com maior cobrança e exposição constante. O profissional está satisfeito com o desempenho e tem sido bastante elogiado nos corredores de São Januário.
Ricardo Gomes ainda se recupera do AVC sofrido em agosto de 2011 e pensa em voltar a ser treinador após a Copa do Mundo de 2014. Apesar das turbulências, o momento do vascaíno é positivo e supera o vivido pelo gaúcho Paulo Pelaipe no Flamengo. No primeiro clássico entre os clubes em 2013, dia 31 de janeiro, o cartola rubro-negro estava em alta.
Mesmo assim, Pelaipe enfrenta resistência desde o início do trabalho na Gávea. Jogadores e dirigentes chegaram a criticar a sua conduta no dia a dia. A situação piorou no início de junho, quando por pouco não foi demitido do clube. A administração o manteve e optou por um “puxão de orelhas” nos bastidores.
Paulo Pelaipe mudou a postura e nem sequer participou da negociação que trouxe Mano Menezes. Ele diminuiu as habituais “grosserias” e tem evitado entrevistas em favor da boa convivência. Esquecido pela diretoria, Pelaipe segue o trabalho e mantém as suas funções. Porém, o tempo em que dava as cartas no futebol rubro-negro passou, algo que o rival vascaíno vivencia e tenta usar como vantagem para ajudar a equipe a vencer o clássico no domingo.
Fonte: UOL