TOV 1976: TORCIDA ORGANIZADA O VERDADEIRO ESPETÁCULO É O DAS ARQUIBANCADAS
Hoje serão as do Vasco e do Botafogo (os do Flamengo estarão em Bangu, os do Fluminense e do América fizeram ontem a sua festa).
De todos os lados, chegarão no passo ligeiro de quem quer pegar um bom lugar. ..
É uma mulher quem comanda a Torcida Vascaína Organizada (TOV).
Dulce Rosalina é tão fanática pelo Clube que não deixava seu ex marido, o antigo jogador Ponce de Leon, jogar contra o Vasco. Avó de uma garotinha de nove meses, fez da sua Torcida um prolongamento da família.
“Antigamente, chegavam a me chamar de macaca. Hoje todas as Torcidas me respeitam”.
Desde 1956, quando foi convidada para chefiar os Torcedores Organizados (TOV), Dulce só deixou de comparecer aos jogos do Vasco quando sofreu um acidente na Rio São Paulo (Dutra), levando a Torcida para uma partida contra o Corinthians.
Ela mostra as cicatrizes no braço, ombro e testa. Dois anos depois, estava organizando tudo outra vez, bandeiras, letras de música:
“Hoje, as Torcidas mais jovens me procuram porque conheço as escaramuças, as brigas com a Diretoria, os Cartolas. Mas estamos em paz atualmente.”
São 100 torcedores acompanhando Dulce em todos os jogos.
E uma Diretoria onde cada um exerce sua função.
Wanderley é bancário mas a noite, faz todas as bandeiras, Amâncio César é Professor Universitário e coordenador da Torcida, Careca toma conta da Bateria.
“Posso dizer que sou conhecido em todo o Brasil. O Vasco coopera com tudo. Se o Presidente pudesse nos dar o sol e a lua ele daria. E os funcionários do Clube também.”
Como os Flamenguistas, ela insiste em que a sua Torcida é a maior do Brasil.
“Ela é meio preguiçosa, mas quando o Vasco está bom, ninguém pode conosco.
No Maracanã ou em qualquer outro campo".
Fonte: Jornal do Brasil 09 de Junho de 1976.