O clássico deste domingo, entre Vasco e Flamengo, em Brasília, pelo Campeonato Brasileiro, será a maior prova de fogo até agora da nova cultura que o futebol nacional quer adotar após a construção dos modernos estádios para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. No jogo marcado para às 18h30, no Mané Garrincha, boa parte do local não terá divisão entre as torcidas, fazendo com que cruz-maltinos e rubro-negros convivam lado a lado durante os 90 minutos da partida.
Uma reunião na última quarta-feira entre a Secretaria de Segurança do Distrito Federal e representantes dos dois clubes definiu que somente o anel superior, onde ficarão as organizadas, será separado entre vascaínos e flamenguistas. Nos corredores internos de acesso deste setor que, teoricamente, possui preços mais "populares", também haverá uma separação para que as torcidas não se encontrem. Um cordão formado por policiais militares e seguranças particulares fará o isolamento. Os locais "mistos" do estádio serão o anel inferior e os assentos vip. Estes, porém, terão a fiscalização das autoridades.
As organizadas das duas equipes terão que se encontrar em um local determinado pela polícia militar e serão escoltadas até a chegada ao Mané Garrincha.
Um encontro na sede do Batalhão de Choque nesta quinta repassou as medidas às facções dos dois clubes.
Outro ponto diferencial do que ocorreu na Copa das Confederações é o de que não será necessária a obrigatoriedade do torcedor de ter de ficar no assento numérico indicado no bilhete da partida.
As vendas, que se iniciaram nesta quinta, geraram transtornos aos torcedores. Um atraso de cerca de três horas em diversos pontos, fruto de uma falha no sistema, fez com que enormes filas se formassem.
Houve muita reclamação também pelos preços dos ingressos, que variam entre R$ 100 e R$ 260.
– Além de você pagar um ingresso caríssimo, ainda tem de enfrentar filas e atrasos – lamentou Eduardo Almeida, advogado, de 32 anos.
ACADEMIA LANCE!
Renato Sérgio de Lima
Secretário Geral do Fórum Nacional de Segurança Pública
CBF e os estados que cuidam essas arenas precisam adaptá-las. É provável que conflitos aconteçam, pois não há separação de torcidas. É necessário que isso seja feito. A realidade brasileira é como a inglesa, que exige essa separação. Para uma competição internacional como a Copa do Mundo, isso não faz muito sentido, tem de ver com o arquiteto qual será a melhor alternativa. Será ilusório pensar que não tem de se fazer essa separação.
Claro que as organizadas precisam ser avaliadas. Tem de ver o perfil de cada uma, onde elas costumam ficar nos estádios e, a partir daí, pensar em uma estratégia. É necessário diminuir a capacidade dos estádios para se criar zonas neutras, como, por exemplo, deixar um setor inteiro sem torcida para que vire uma área de isolamento onde policiais possam ficar.
Fonte: Lancenet